Durante o “Seminário StoneX: Desafios e Oportunidades para os Mercados de Commodities” apresentado nesta quinta-feira (10), a analista da StoneX Larissa Barboza avaliou que a pecuária brasileira passa por um momento de virada de ciclo, com oferta mais restrita e alta dos preços.
Ela enumerou fatores que confirmam essa percepção: a queda no volume de abates, o que inclui a redução da participação das fêmeas, as escalas da indústria abaixo de níveis históricos e a alta dos preços dos animais de reposição.
Segundo ela, os preços, que alcançaram um nível recorde em outubro, refletem recuperação após um início de ano marcado por quedas.
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Barboza ressaltou que, neste segundo semestre, “uma forte escalada nos preços do mercado” é visível, impulsionada por indícios de que o ciclo pode estar mudando. “Analisando os preços deste ano, em outubro observamos que um nível recorde foi alcançado após quedas no primeiro trimestre e uma maior estabilização no segundo trimestre”, disse.
Um dos principais sinais da mudança no ciclo pecuário foi o menor nível de abates no último mês. “A maior retenção de fêmeas, com menos abates, resulta em uma menor oferta temporária, até que o mercado de reposição se equilibre”, disse Barboza.
Ela lembrou que, no início de 2024 o Brasil registrou o maior número de abates de fêmeas da história, mas destacou que o momento atual é de queda. “Observamos também uma redução na participação das fêmeas no total de abates”, acrescentou.
Outro aspecto importante mencionado pela analista foi a situação das escalas de abate, que estão “abaixo da média em praticamente todos os Estados mais importantes para a produção”.
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Barboza destacou que em Estados como Mato Grosso do Sul e São Paulo “os frigoríficos têm menos de uma semana de espera”, o que evidencia um cenário de menor disponibilidade de matéria-prima.
A analista apontou que a demanda por carne brasileira está caminhando para um recorde histórico.
“Até setembro, o Brasil já exportou mais do que no acumulado de janeiro a novembro de 2023”, afirmou Barboza.
Dependendo da dinâmica em outubro, há grandes chances de que o Brasil bata seu próprio recorde de exportação de carne, refletindo-se em níveis de receita que superam os do ano passado.