No cenário mundial, as consequências econômicas da pandemia, como inflação e recessões ainda são apresentam sequelas. Além disso, as mudanças climáticas vão se intensificando, enquanto os conflitos bélicos entre Rússia e Ucrânia e, recentemente, entre Israel e o Hamas, no Oriente Médio, seguem alterando as relações comerciais e políticas.
Internamente, a economia brasileira vai empreendendo uma morosa recuperação, o que não apresenta recuperação significativa do poder aquisitivo da população, ainda que as taxas de desemprego reduzam mês a mês. Certo é que produtos nobres como a carne bovina e o leite seguiram em desvalorização.
A produção de carnes no Brasil bateu recorde no período de janeiro a setembro desse ano (último período analisado), conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com total de 6,39 milhões de toneladas produzidas.
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O aumento é de 8,37% em comparação com o mesmo período de 2022 e 4,5% a mais em relação ao recorde anterior, registrado em 2019. O aumento no volume de animais prontos para o abate, totalizando 24,4 milhões de cabeças, é uma evidência da virada do ciclo de produção em 2023.
Além disso, o Brasil segue sendo o principal exportador mundial. Somente no acumulado de 2023, já exportou mais de 1,6 milhão de toneladas de carne bovina in natura. Apesar de ser 5% menos do que no mesmo período de 2022, o país continua demonstrando uma presença significativa no mercado internacional de carnes.
Segundo Fabiana Fontana, especialista de mercado da área de Ruminantes da dsm-firmenich, isso aconteceu “muito por conta de sua aceitação e reconhecimento, bem como pelo fato de os produtos terem qualidade, segurança alimentar e serem competitivos”.
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“Atípico” também no leite – Além de analisar o atual cenário da carne brasileira, os especialistas da empresa mostraram que 2023 foi um ano “atípico” também para a cadeia do leite. Marcado pelas sucessivas desvalorizações no preço ao produtor, muito em virtude do aumento da disponibilidade interna de lácteos, incrementada por importações.
O setor registrou um recuo de 21,3% no preço do leite, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea – Esalq/USP). O aumento das importações, aliado ao consumo enfraquecido e elevação da produção nacional a partir do segundo semestre, explicam esse cenário.
“Isso combinado às condições climáticas negativas, como a seca e o calor no Sudeste e Centro-Oeste e excesso de chuvas no Sul, devem prejudicar a produção no último bimestre, fazendo com que os preços registrem estabilidade e ligeira tendência à alta em algumas bacias leiteiras”, avalia Marcelo Machado, gerente técnico de leite.
“A pecuária de corte e de leite tem se mostrado essencial ao desenvolvimento do nosso país e bastante resiliente. Tivemos uma série de desafios ao longo desse ano, que foram tratados com muito cuidado pelos produtores, os verdadeiros protagonistas do nosso setor”, aponta Sergio Schuler (foto), vice-presidente do negócio de Ruminantes da dsm-firmenich para a América Latina.
Ao reforçar o protagonismo da atividade pecuária na economia brasileira, contudo, Schuler não deixa de mencionar os avanços dos produtores para a adoção de tecnologia no campo para impulsionar os resultados em produtividade, eficiência e rentabilidade, além de preservar o capital alocado na produção rural.
“Muitos produtores passaram a entender melhor a importância de usar tecnologias nas fazendas, incluindo suplementação adequada para os animais se tornarem mais produtivos e saudáveis durante todo seu ciclo”, reforça o executivo que, ao final do evento apresentou o profissional que está assumindo seu posto na empresa.
Trata-se de Luiz Fernando Magalhães, graduado em Administração de Empresas pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com pós-graduação em Marketing e Negócios pela PUC-Rio e MBA Business pela COPPEAD (UFRJ), o executivo possui uma experiência consolidada de aproximadamente 30 anos em empresas multinacionais, desde 2017, na empresa.
Censo de Confinamento 2023 – Um volume de 7,029 milhões de bovinos confinados. Esse foi o montante registrado pelo “Censo de Confinamento da dsm-firmenich 2023”, estruturado pelo Serviço de Inteligência de Mercado da empresa e que mostra estabilidade em comparação com o ano passado.
O rebanho de animais confinados esse ano mostra uma alta significativa de 46% frente ao primeiro levantamento, em 2015, que registrou 4,75 milhões de bovinos produzidos no sistema intensivo de produção.
“O confinamento é uma ferramenta estratégica e uma tendência que contribui para melhorar a produtividade do rebanho. Os pecuaristas brasileiros estão percebendo isso e se movimentando para adotar as altas tecnologias que temos disponíveis no mercado, ao mesmo tempo em que adequam as suas fazendas para receber essas soluções”, avalia Hugo Cunha, gerente técnico Latam de Confinamento da dsm-firmenich.
E para impulsionar os resultados no confinamento, Hugo ressalta a tecnologia como a parceira do pecuarista. No caso os ingredientes de alta tecnologia desenvolvidos pela dsm-firmenich, por exemplo, o histórico de análises de campo mostra que certos suplementos geram, em média, 1 arroba a mais por animal confinado, o que pode equivaler a um bovino adicional a cada 18 ruminantes confinados.
Mas, adicionalmente ao ganho de peso, essas tecnologias geram outros benefícios, como maior eficiência alimentar; redução das taxas de problemas gastrointestinais (diarreias ou timpanismo); rápida adaptação dos bovinos; menor taxa e refugo no cocho; aumento do consumo de ração desde os primeiros dias de confinamento; eficiência na digestão; e menor incidência de animais com laminites e acidose.
Soluções digitais impulsionam a pecuária – Ao comentar sobre os principais pontos do ano, a dsm-firmenich lembra o lançamento da Pecuária de Precisão, categoria que chega para nomear um portfólio que inclui soluções digitais, integrados à carteira da companhia a partir da aquisição (em 2022) da Prodap, empresa de tecnologia de nutrição animal.
Essa nova categoria abrange o fornecimento de produtos digitais de ponta, que vêm revolucionando a maneira como os pecuaristas interagem com as suas fazendas ao integrarem nutrição, consultoria especializada e softwares focados em todas as etapas da produção.
Para trazer a metodologia da Pecuária de Precisão aos pecuaristas (incluindo fábricas de ração), o portfólio de soluções integradas de tecnologia, nutrição e consultoria cria fazendas mais lucrativas e sustentáveis com apoio dos softwares de gestão, que passam a adotar a marca FarmTell.
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São tecnologias digitais que tornam possível coletar uma quantidade massiva de dados e desenvolver insights em tempo real para os produtores que, em posse de dados, podem corrigir erros e evitar impactos no sistema produtivo, gerando ganhos em eficiência na atividade. E os casos de sucesso já são percebidos em fazendas de corte e leite em todo o Brasil.
Atualmente, essas plataformas digitais inovadoras estão presentes em 6 mil fazendas, com mais de 15 mil usuários e monitoramento de mais de 5 milhões de animais. São números robustos que permitem à companhia organizar um plano de expansão desse portfólio para outros países da América Latina (inicialmente México e Paraguai) e, depois, EUA, Europa, China e Austrália.