Atualmente, o Brasil figura como um dos principais produtores de proteína animal do mundo, graças à pujança e empreendedorismos de seus pecuaristas, que comemoram a sua data neste dia 15 de julho.
Na bovinocultura de corte, o país saiu de importador para maior exportador global de carne, em poucas décadas, basicamente com aquisição de muita tecnologia, gestão e visão de oportunidade.
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Levantamento de agora, julho, do Rally da Pecuária, realizado pela Athenagro Consultoria, dá conta que só nos últimos 12 anos, o produtor de proteína vermelha mais tecnificado – aquele que responde por mais da metade da oferta – incrementou em 87,2% sua produtividade.
No mesmo período, a produção bovina de todo o Brasil cresceu 41%, o que já é muito positivo.
Quem carrega há muitos anos números diversos que traduzem o desempenho da pecuária bovina é Alcides Torres Jr., diretor da Scot Consultoria, uma referência no setor.
Entre outras observações, ele pontua a importância da sensibilidade dos produtores às respostas produzidas pela ciência aos seus anseios do lado de dentro da porteira.
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A atividade ganhou relevância não só no PIB do agronegócio, como na somatória de todas as riquezas que a nação produz, gerando divisas para o país e oferecendo segurança alimentar.
A busca por eficiência e até excelência se traduz em volume, variedade e qualidade nas gôndolas e no prato do brasileiro, além de povos espalhados pelo planeta.
Segundo dados do IBGE e da Consultoria Agro do Banco Itaú BBA, em 2022, o Brasil abateu 29,8 milhões de cabeças, rendendo 7,9 milhões de toneladas de carne bovina.
Cerca de 65% (5,2 milhões de toneladas) foram consumidas no mercado interno e 35% (2,85 milhões de toneladas) foram vendidas ao exterior. O Brasil obteve uma receita de US$ 13,091 bilhões.
Outro testemunho importante que associa bons números ao desenvolvimento tecnológico é Ricardo Ribeiral, diretor da Agroceres Multimix e presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação (Sindirações). Ele é enfático na responsabilidade do setor em ajudar a alimentar o mundo e gerar prosperidade no Brasil.
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Isso representa quase 4% de todo o faturamento do país com exportações, contando, inclusive produtos industrializados e até a soja.
No entanto, pesquisas recentes mostram certa falta de reconhecimento da evolução anotada pelos pecuaristas, principalmente entre as pessoas distantes da atividade rural e até consumidores.
Para Juliano Acedo Sabella, diretor de Marketing da DSM e presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Suplementos Mineirais (Asbram), a comunicação com a sociedade sobre os aspectos da produção de carne bovina, inclusive com suporte da ciência, é dos mais importantes desafios que se apresentam ao segmento.
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E, justamente, vem da ciência um dos mais importantes reconhecimentos ao esforço desses “trabalhadores incansáveis”, fiéis seguidores do que diariamente a tecnologia introduz de aprimoramento.
Reforço vem para a resistência da categoria frente às intempéries tropicais e aos altos e baixos do mercado.
Antônio do Nascimento Ferreira Rosa, o “Toti”, chefe-geral da Embrapa Gado de Corte
(Centro Nacional de Pesquisa de Gado de Corte, CNPGC, em Campo Grande, MS), dirige-se inclusive ao crescente número de mulheres tocando a boiada pelo interior do país.
A unidade da empresa é uma das principais fontes de tecnologia da cadeia produtiva da carne.
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E tudo isso tem como objetivo a produção de carne com sustentabilidade, incluindo responsabilidade social e bem-estar animal.
O desafio tem chamado todos os elos da cadeia para o mesmo lado, inclusive a indústria frigorífica, exatamente quem processa o produto para chegar à mesa de milhões de pessoas.
Diferente de 50 anos, o reconhecimento pelo fornecedor de matéria-prima e aliado indispensável no atendimento a uma infinidade de perfis de consumo, a indústria também se rende ao parceiro.
Cinthia Torres, diretora técnica da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), enfatiza o orgulho dessa aliança.
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