A lacuna criada entre o período de entressafra do boi no Brasil e a entrada dos primeiros lotes terminados a pasto pavimentou a trajetória de alta nos preços do boi gordo neste começo de 2021, relata a IHS Markit. Desde 18/12/2020, início da retomada do movimento altista, a arroba subiu 17% em São Paulo, informa a Scot Consultoria, acrescentando que hoje os negócios com boiadas gordas giram em torno de R$ 300/@, a prazo, valor bruto (veja ao final deste texto os preços de machos e fêmeas nas principais praças pecuárias do País).
Segundo a IHS, o atraso das chuvas para formação do pasto, a maior extensão do período de monta em função dos altos preços do gado para reposição, e a retenção de fêmeas são fatores que explicam o atual movimento de alta no mercado do boi gordo. Além disso, os atuais preços recorde da nutrição animal, puxados pelas valorizações do milho e da soja, elevaram os custos do confinamento, reduzindo também a oferta de animais advindos dos cochos.
Na avaliação da consultoria IHS, com a maior incidência de chuvas durante janeiro e previsão de manutenção desse quadro de umidade para fevereiro, a oferta de animais de safra tende a ser mais consistente a partir de março. Até lá, porém, os frigoríficos terão que enfrentar o quadro de forte restrição de oferta, pagando mais pelas boiadas prontas para conseguir preencher as escalas de abate.
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Levantamento da IHS mostra que, entre os Estados da região Centro-Sul, a especulação altista da arroba é mais forte em São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás, onde as escalas de abate atendem entre dois a três dias uteis.
Nas regiões pecuárias do Norte e Nordeste, o quadro também é de preços firmes diante da escassez de oferta. Novas altas foram observadas nesta quarta-feira no Tocantins e Rondônia, onde frigoríficos exportadores trabalham para conseguir formar escala de abate para mais de dois dias uteis, relata a IHS. Na Bahia, o preço do boi gordo também reagiu e gerou maior liquidez nos negócios.
Oferta ajustada no atacado
No mercado atacadista brasileiro, a oferta de cortes bovinos nas câmaras frias se mostra bem ajustada ao consumo vigente, condição que vem neutralizando a pressão baixista em decorrência da fraca demanda por ocasião do período de final de mês e menor preço das carnes concorrentes, informa a IHS.
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Cotações desta quarta-feira (27/1), segundo dados da IHS Markit:
SP-Noroeste:
boi a R$ 298/@ (prazo)
vaca a R$ 278/@ (prazo)
MS-Dourados:
boi a R$ 280/@ (à vista)
vaca a R$ 266/@ (à vista)
MS-C. Grande:
boi a R$ 281/@ (prazo)
vaca a R$ 268/@ (prazo)
MS-Três Lagoas:
boi a R$ 281/@ (prazo)
vaca a R$ 268/@ (prazo)
MT-Cáceres:
boi a R$ 278/@ (prazo)
vaca a R$ 266@ (prazo)
MT-Tangará:
boi a R$ 2789/@ (prazo)
vaca a R$ 267/@ (prazo)
MT-B. Garças:
boi a R$ 280/@ (prazo)
vaca a R$ 268/@ (prazo)
MT-Cuiabá:
boi a R$ 281/@ (à vista)
vaca a R$ 269/@ (à vista)
MT-Colíder:
boi a R$ 276/@ (à vista)
vaca a R$ 264/@ (à vista)
GO-Goiânia:
boi a R$ 291/@ (prazo)
vaca R$ 273/@ (prazo)
GO-Sul:
boi a R$ 290/@ (prazo)
vaca a R$ 278/@ (prazo)
PR-Maringá:
boi a R$ 286/@ (à vista)
vaca a R$ 273/@ (à vista)
MG-Triângulo:
boi a R$ 295/@ (prazo)
vaca a R$ 273/@ (prazo)
MG-B.H.:
boi a R$ 296/@ (prazo)
vaca a R$ 276/@ (prazo)
BA-F. Santana:
boi a R$ 274/@ (à vista)
vaca a R$ 264/@ (à vista)
RS-Porto Alegre:
boi a R$ 272/@ (à vista)
vaca a R$ 260/@ (à vista)
RS-Fronteira:
boi a R$ 272/@ (à vista)
vaca a R$ 260/@ (à vista)
PA-Marabá:
boi a R$ 274/@ (prazo)
vaca a R$ 270/@ (prazo)
PA-Redenção:
boi a R$ 273@ (prazo)
vaca a R$ 268/@ (prazo)
PA-Paragominas:
boi a R$ 276/@ (prazo)
vaca a R$ 271/@ (prazo)
TO-Araguaína:
boi a R$ 281/@ (prazo)
vaca a R$ 271/@ (prazo)
TO-Gurupi:
boi a R$ 278/@ (à vista)
vaca a R$ 268/@ (à vista)
RO-Cacoal:
boi a R$ 271/@ (à vista)
vaca a R$ 262/@ (à vista)
RJ-Campos:
boi a R$ 276/@ (prazo)
vaca a R$ 263/@ (prazo)
MA-Açailândia:
boi a R$ 271/@ (à vista)
vaca a R$ 256/@ (à vista)