Enrico Ortolani, professor titular da FMVZ-USP, explica como surgem os gases de efeito-estufa, suas ações maléficas na natureza e como diminuir sua produção
Foto: Embrapa
Por Enrico Ortolani – Professor titular de Clínica de Ruminantes da FMVZ-USP (ortolani@usp.br)
O Brasil, mais do que nunca, tem chamado a atenção e virou um grande foco de notícias mundiais. Infelizmente, a maioria delas são negativas. Neste ano, dois fatos se destacaram. O primeiro ligado à triste condição de sermos um dos epicentros da pandemia de Covid 19 e o segundo, por entrarmos na “roda-viva” como vilão ambiental, tendo a devastação da Amazônia como palco central. Também constituíram outros pequenos holofotes ambientais as grandes queimadas Brasil afora, assim como o “arroto do boi”, visto que temos a segunda maior boiada mundial (veja reportagem de capa da edição de agosto da Revista DBO).
Possivelmente, você pode estar falando – “Eu não queimo e nem derrubo árvores fora da lei” –, o que merece elogios, embora seja nossa obrigação cívica com o planeta, mas certamente seus bois contribuem para a produção do gás metano pelo arroto ou de óxido nitroso pela fermentação de suas fezes. Em dois artigos sequenciais, falaremos como surgem os gases de efeito-estufa, suas ações maléficas na natureza e como poderemos diminuir sua produção.
Dando nome aos vilões
Três gases – dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e óxido nitroso (NO2) – representam 98% dos chamados gases efeito-estufa, que ficam estagnados na atmosfera, interferindo e diminuindo a camada de ozônio que refrigera a terra. Esses gases não deixam o calor se dissipar por completo, aumentando lentamente a temperatura do globo. Isso tudo tem bagunçado nosso clima, vide aumento dos veranicos, das secas prolongadas, das chuvas muito concentradas etc.
A geração desses três gases é variável, segundo cada região da terra. Mas, globalmente, as estimativas indicam que o CO2 é responsável por 76%, o metano por 14% e o óxido nitroso por 7%.
A permanência deles na atmosfera é preocupante, pois o CO2 resiste por até 200 anos, o CH4 por 12 anos e o NO2 por 114 anos. Uma triste herança para as gerações futuras! Se compararmos a produção global desses gases em quilos, estima-se que o dióxido de carbono é cerca de 200 vezes superior ao metano e 17 vezes ao óxido nitroso, porém um quilo de CO2 aquece a atmosfera 28 vezes menos do que o mesmo quilo de metano e 280 vezes menos do que 1 kg de óxido nitroso, tornando estes dois últimos gases importantes do ponto de vista de poluição.
Segundo recentes estimativas da FAO, somente 5% do CO2 é oriundo da agropecuária, sendo a maior parte gerada por outras atividades humanas, tais como combustão de petróleo pelos veículos, queimadas, geração pelas indústrias, obtenção de eletricidade via termoelétricas, fermentação do esgoto etc.
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Enrico Ortolani, professor titular da FMVZ-USP, explica como surgem os gases de efeito-estufa, suas ações maléficas na natureza e como diminuir sua produção
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O Brasil, mais do que nunca, tem chamado a atenção e virou um grande foco de notícias mundiais. Infelizmente, a maioria delas são negativas. Neste ano, dois fatos se destacaram. O primeiro ligado à triste condição de sermos um dos epicentros da pandemia de Covid 19 e o segundo, por entrarmos na “roda-viva” como vilão ambiental, tendo a devastação da Amazônia como palco central. Também constituíram outros pequenos holofotes ambientais as grandes queimadas Brasil afora, assim como o “arroto do boi”, visto que temos a segunda maior boiada mundial (veja reportagem de capa da edição de agosto da Revista DBO).
Possivelmente, você pode estar falando – “Eu não queimo e nem derrubo árvores fora da lei” –, o que merece elogios, embora seja nossa obrigação cívica com o planeta, mas certamente seus bois contribuem para a produção do gás metano pelo arroto ou de óxido nitroso pela fermentação de suas fezes. Em dois artigos sequenciais, falaremos como surgem os gases de efeito-estufa, suas ações maléficas na natureza e como poderemos diminuir sua produção.
Dando nome aos vilões
Três gases – dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e óxido nitroso (NO2) – representam 98% dos chamados gases efeito-estufa, que ficam estagnados na atmosfera, interferindo e diminuindo a camada de ozônio que refrigera a terra. Esses gases não deixam o calor se dissipar por completo, aumentando lentamente a temperatura do globo. Isso tudo tem bagunçado nosso clima, vide aumento dos veranicos, das secas prolongadas, das chuvas muito concentradas etc.
A geração desses três gases é variável, segundo cada região da terra. Mas, globalmente, as estimativas indicam que o CO2 é responsável por 76%, o metano por 14% e o óxido nitroso por 7%.
A permanência deles na atmosfera é preocupante, pois o CO2 resiste por até 200 anos, o CH4 por 12 anos e o NO2 por 114 anos. Uma triste herança para as gerações futuras! Se compararmos a produção global desses gases em quilos, estima-se que o dióxido de carbono é cerca de 200 vezes superior ao metano e 17 vezes ao óxido nitroso, porém um quilo de CO2 aquece a atmosfera 28 vezes menos do que o mesmo quilo de metano e 280 vezes menos do que 1 kg de óxido nitroso, tornando estes dois últimos gases importantes do ponto de vista de poluição.
Segundo recentes estimativas da FAO, somente 5% do CO2 é oriundo da agropecuária, sendo a maior parte gerada por outras atividades humanas, tais como combustão de petróleo pelos veículos, queimadas, geração pelas indústrias, obtenção de eletricidade via termoelétricas, fermentação do esgoto etc.
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Com um consumo doméstico enfraquecido, as indústrias seguram as aquisições da matéria-prima (lotes de animais terminados) e pressionam negativamente as cotações da arroba
A média nacional das programações avançou em um dia útil nesta sexta-feira (14/2), fixando-se em 9 dias úteis, em relação ao fechamento da sexta-feira anterior (7/2)
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