Mais produtores aderiram à produção de carne sustentável e orgânica no Pantanal em 2023. O número já ultrapassa os 120 produtores, 30% a mais do que no ano anterior; aumentou também o número de animais abatidos dentro dessas categorias.
Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (16/2) pela Associação Pantaneira de Pecuária Orgânica e Sustentável (ABPO).
“Foram 130 mil animais abatidos pelos produtores que seguem o protocolo, isso se deve a uma maior adesão e a essa responsabilidade que o pantaneiro tem com o bioma. Essa ação conjunta de fomento da pecuária pantaneira, entre Governo do Estado de MS, Semadesc, CNA e a ABPO, é uma forma de dar o retorno justo ao produtor que está lá ponta, preocupado com a sustentabilidade da sua produção, e com inúmeros desafios para manter sua produtividade e a proteção do bioma, de forma alinhada”, destaca o presidente da ABPO, Eduardo Cruzetta.
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De acordo com a associação, o crescimento nos abates foi de 66% de um ano para o outro. O destaque fica para os animais machos: cerca de 70% classificados com acabamento de gordura excelente para o mercado.
Os incentivos para quem participa do protocolo, informa a ABPO, produzindo animais orgânicos ou sustentáveis, saltaram de R$ 8 milhões em 2022, para R$ 12 milhões no ano passado.
“Os dados do programa são um indicativo de que o produtor pantaneiro, além de estar de acordo com as regulações ambientais do bioma, tem investido em tecnologias para a melhoria da sua produção. É uma produção quase artesanal, já que são muitos fatores que influenciam na produção dessa carne, e o produtor precisa ser valorizado por esse processo. Por isso, a importância do protocolo e da sua aplicação de forma consciente e certificada”, pontua o diretor executivo da ABPO, Silvio Balduíno.
Além do protocolo, a associação trabalha com inúmeros projetos para o fomento da carne e da pecuária pantaneira, como a rastreabilidade e a certificação da carne produzida no bioma, que deve ter seu selo lançado ainda em 2024.
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Criado em 2018 pela ABPO com o apoio do Governo do Estado do Mato Grosso do Sul, Secretaria de Estado, Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc) e demais entidades do setor, o Programa Carne Sustentável do Pantanal oferece benefícios e reduções de custos aos produtores que escolhem a criação de animais orgânicos ou sustentáveis, baseados em um protocolo e sujeitos à certificação por empresa certificada.
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Os produtores que aderem ao sistema precisam incorporar práticas específicas em suas operações, como ajustar a densidade do pasto para evitar compactação, perda de nutrientes e desequilíbrio do solo.
Além disso, devem utilizar pastagens nativas do Pantanal em suas propriedades e empreender na preservação dos recursos hídricos, bem como a recuperação de áreas degradadas.
Fonte: Ascom ABPO