Lentidão no escoamento da carne põe mercado brasileiro do boi gordo em banho-maria

A desaceleração no consumo da proteína tem aumentado os estoques e reduzido o ímpeto de compra das indústrias, relatam as consultorias Agrifatto e Scot

Continue depois da publicidade

Com a proximidade do fim do mês, o escoamento da carne bovina no mercado doméstico segue lento, o que tem dificultado a manutenção das ofertas de compra de boi gordo, informam a Scot Consultoria e a Agrifatto.

Com isso, diz a Scot, a semana termina com preços estáveis na maior parte das regiões produtoras. No mercado paulista, segundo a consultoria, o boi gordo “comum” segue valendo R$ 327/@, no prazo, enquanto o “boi-China” está cotado em R$ 335/@, uma ágio de R$ 8/@ para o animal com padrão-exportação.

Confira as cotações dos animais terminados, apurados no dia 22/1 pela Agrifatto; clique AQUI.

Por sua vez, na mesma praça de São Paulo, a vaca é negociada por R$ 305/@, enquanto a novilha gorda vale R$ 317/@, também com pagamento a prazo.

Continue depois da publicidade

As escalas de abate das indústrias paulistas, apurou a Scot, atendem, em média, uma semana.

Segundo a Agrifatto, a comercialização da proteína “continua derrapando e carcaça bovina no atacado paulista atingiu o menor patamar desde 06/11/24”.

“A desaceleração no consumo tem aumentado os estoques e reduzido o ímpeto de compra das indústrias”, reforça a Agrifatto.

Apesar de um leve aumento no número de abates nesta quinta-feira (23/1), relata a Agrifatto, a quantidade de carne com osso oferecida aos atacadistas foi ajustada apenas para atender a uma demanda quase inexistente.

Nesse contexto, continua a consultoria, é possível visualizar o reajuste nos preços dos cortes bovinos – a carcaça casada do boi castrado terminou o dia a R$ 21,76/kg (como mencionado acima, atingiu o patamar mais baixo desde  06/11/24).

Continue depois da publicidade

Mercado futuro

Na B3, a pressão negativa persiste, com destaque para os contratos com vencimento em abril/25, que registraram a maior desvalorização diária na quinta-feira (-1,58%), fechando em R$ 317,75/@.

Por sua vez, informa Agrifatto, após testar o nível de R$ 323/@ como resistência, o contrato futuro do boi gordo com entrega em fevereiro/25 ampliou a sua sequência de recuos, encerrando o pregão regular de 23/01 cotado a R$ 318,65/@.

“Tecnicamente, o ativo ainda possui espaço para cair até a região de R$ 312,90/@. Por outro lado, o nível de R$ 323/@ continua sendo a principal resistência em caso de recuperação”, observa a Agrifatto.

Curva invertida

Segundo dados levantados pelo analista Raphael Galo, colunista do prestigiado informativo semanal “Boi & Companhia”, da Scot, desde o início da segunda quinzena de janeiro/25 para cá, a curva de preços nos contratos futuros do boi gordo segue “invertida” em relação ao comportamento dos preços da arroba no mercado físico.

“Enquanto o indicador Cepea (praça paulista, valor à vista) teve leve valorização, alguns contratos futuros caíram mais de 2% em uma semana”, compara Galo. Ele acrescenta: “De certa maneira, para o produtor, isso representou “um acionar de um alarme, pois todos os contratos futuros de curto prazo agora indicam preços menores do que o atual”.

Na avaliação de Galo, o momento atual exige do pecuarista revisão das estratégias, buscando soluções para otimizar os ganhos/margens.

Em coluna publicada no informativo semanal mais recente da Scot (divulgado na quinta-feira, 23/1), Galo faz promessas aos seus leitores: “Na próxima semana, trago mais detalhes sobre os comitentes (participantes dos contratos futuros) na B3 e como é importante acompanhar a movimentação dos agentes para melhorar sua estratégia de hedge (proteção de preços)”.

Embarque em ritmo bom

No setor de exportação, o desempenho dos embarques brasileiros de carne bovina in natura continua “robusto”, destaca o engenheiro agrônomo Pedro Gonçalves, analista da Scot.

Em janeiro/2025, na parcial dos primeiros 12 dias úteis, foram embarcadas 112,73 mil toneladas, com um volume médio diário de 9,4 mil toneladas, desempenho ligeiramente menor em relação à quantidade diária de dezembro/2024, mas um acréscimo de 13,8% na comparação com o resultado médio diário de janeiro de 2024.

“O movimento de retração na exportação em janeiro, comparado a dezembro, é comum e não ocorreu apenas em dois momentos nos últimos dez anos: na virada de 2021-2022 e em 2022- 2023”, recorda Gonçalves.

Na parcial de janeiro/25, o preço médio da carne bovina exportada atingiu US$ 5 mil/tonelada, um crescimento de 11,4% sobre janeiro de 2024, destaca o analista.

Gostou? Compartilhe:
Destaques de hoje no Portal DBO

Cadastre-se de gratuitamente na Newsletter DBO:


    Continue depois da publicidade

    Continue depois da publicidade

    Continue depois da publicidade

    clima tempo

    São Paulo - SP

    max

    Máx.

    --

    min

    Min.

    --

    017-rain

    --

    Chuva

    008-windy

    --

    Vento

    Continue depois da publicidade

    Continue depois da publicidade

    Continue depois da publicidade

    Continue depois da publicidade

    Continue depois da publicidade

    Leilões em destaque

    Continue depois da publicidade

    Newsletter

    Newsletter

    Jornal de Leilões

    Os destaques do dia da pecuária de corte, pecuária leiteira e agricultura diretamente no seu e-mail.

    Continue depois da publicidade

    Vaca - 30 dias

    Boi Gordo - 30 dias

    Fonte: Scot Consultoria

    Vaca - 30 dias

    Boi Gordo - 30 dias

    Fonte: Scot Consultoria

    Encontre as principais notícias e conteúdos técnicos dos segmentos de corte, leite, agricultura, além da mais completa cobertura dos leilões de todo o Brasil.

    Encontre o que você procura:

    Pular para o conteúdo