Conforme esperado, de acordo com o relatório da alfândega norte-americana divulgado no dia 21/01/25 (terça-feira), as três primeiras semanas de janeiro/25 foram suficientes para esgotar a cota de 65 mil toneladas utilizada pelo Brasil para exportar carne bovina in natura sem tarifa aos EUA, informa Agrifatto.
“Ainda assim, a demanda por novas compras (norte-americanas) permanece ativa”, acrescenta a consultoria.
Em 2024, os EUA representaram o segundo maior destino da carne bovina in natura brasileira, ficando atrás apenas da China.
O país da América do Norte comprou 189 mil toneladas da proteína brasileira em 2024, 94% a mais que o registrado no ano anterior.
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O mercado doméstico norte-americano de carne bovina segue aquecido em 2025, observa a Agrifatto. Recentemente, o preço do boi gordo produzido nos EUA alcançou US$ 106,4/@, o maior valor nominal já registrado na história do país, o que favorece a importação de carne bovina pelo país (comprada a valores mais competitivos), acrescenta a consultoria.
Nos últimos anos, os pecuaristas norte-americanos reduziram drasticamente os seus rebanhos de bovinos, depois de um registro de seca severa que elevou fortemente o custo de produção.
Com uma oferta interna de carne bovina em queda, os EUA abriram espaço para o crescimento das importações da proteína oriunda do Brasil e também de outros grandes fornecedores globais, como a Austrália.
“As importações de carne bovina dos EUA demonstram que o país está cada vez mais necessitado de outros fornecedores para atender a sua demanda interna”, destaca a Agrifatto.
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A menor produção norte-americana também reduziu os embarques de carne bovina do país, possibilitando o avanço de outros fornecedores em mercados tradicionalmente atendidos pelos EUA.
Segundo dados do USDA (Departamento de Agricultura), o volume exportado de carne bovina dos EUA atingiu 1,34 milhão de toneladas em 2024, uma retração de 2,76% sobre a quantidade computada em 2023.
“A previsão é de que, em 2025, esse volume recue ainda mais, para 1,18 milhão de toneladas, 12% a menos que em 2024 e o pior resultado desde 2015”, relata a Agrifatto, com base em dados estimativos do USDA.
Diante desse contexto, reforça a Agrifatto, o Brasil deve se aproveitar da situação difícil vivenciada pela pecuária de corte dos EUA para explorar novos mercados importadores de carne bovina e também consolidar a sua posição dentro do mercado doméstico norte-americano.