Pela primeira vez desde 1977, estivadores de portos situados ao longo da Costa Leste e do Golfo dos Estados Unidos entraram em greve logo após a meia-noite desta terça-feira (1/10), em protesto por maiores salários e mais segurança no emprego, informaram os veículos internacionais de comunicação.
A Sindicato Internacional dos Estivadores (ILA, na sigla em inglês), que representa cerca de 45.000 trabalhadores, começou a montar piquetes após o fracasso das negociações de paralisação do trabalho no final de 30 de setembro.
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“Estamos preparados para permanecer em greve pelo tempo que for necessário”, disse Harold Dagget, líder do sindicato ILA.
A paralisação ocorre após um longo impasse nas negociações trabalhistas entre a ILA e a Aliança Marítima dos Estados Unidos (USMX), um grupo que representa a indústria de transporte marítimo e operadores de terminais.
Segundo a vice-presidente de Análise Econômica da Federação de Exportação de Carne dos Estados Unidos (USMEF), Erin Borror, a paralisação portuária pode causar um impacto econômico significativo na indústria de carne dos EUA.
Nos primeiros sete meses de 2024, os portos da Costa Leste e do Golfo foram responsáveis diretamente por quase US$ 3 bilhões em exportações de carne vermelha dos EUA — o equivalente a aproximadamente US$ 100 milhões em produtos semanalmente —, de acordo com a USMEF.
“Como aprendemos com os problemas decorrentes da pandemia da COVID-19, quando há uma interrupção na cadeia de suprimentos, há efeitos cascata ou dominó”, disse Borror, acrescentando que a greve ocorre em uma época do ano em que as exportações geralmente aumentam. “Nossa produção e exportações aceleram no quarto trimestre”, ressaltou.
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Uma greve de uma semana pode custar à economia dos EUA quase US$ 3,8 bilhões, além de aumentar o custo dos bens de consumo, de acordo com estimativa do Conference Board, uma instituição de pequisa e análises norte-americana sem fins lucrativos.