O dólar nas alturas, com uma média de R$ 5,24 no ano passado, e a incrível fome da China eram fortes indícios de que as exportações de carne bovina iriam bombar em 2020. Foi o que realmente aconteceu, dentro do previsto. No entanto, até a semana passada não se tinha, ainda, exatamente o tamanho da mordida que isso representaria na quantidade de carne produzida no País. Com os primeiros dados dos abates divulgados pelo IBGE no dia 11/2, o rateio ficou claro: 26% da produção de carne bovina brasileira foi direto para exportação.
Este é o maior rateio da história do mercado externo sobre o interno, em relação à carne bovina brasileira, cruzando os dados do IBGE com o do AgroStat, sistema de informações on-line do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) sobre o comércio internacional das commodities agropecuárias do País. Foram 7,75 milhões de toneladas de carne bovina em 2020, segundo o IBGE.
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Se os números estiverem corretos, foram 2,01 milhões de toneladas exportadas (26%) e 5,74 milhões de toneladas de carne (74%) ficaram no País. Em 2019, o rateio das 8,22 milhões de toneladas foi de 22,7% para a exportação e 77,3% para o mercado interno. Para comparação do crescimento vertiginoso, basta lembrar que em 2011 os abates de bovinos renderam 6,78 milhões de toneladas de carne. Mas, desse total, apenas 16,1% foi exportado.
Mais importação
Se por um lado as exportações foram grandes, por outro, as importações também. A queda na produção forçou a compra de 50,8 mil toneladas, 26,3% a mais sobre 2019, ano que foram importadas 40,2 mil toneladas. Na comparação, em 2011, a importação foi de 38,04 mil toneladas de carne bovina.