O preço da arroba do boi gordo continua subindo e atingiu maior valor dos últimos 545 dias, contabiliza a Agrifatto, referindo-se ao Indicador Cepea/B3 (praça paulista, à vista).
Na quarta-feira (31/10), o índice do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada fechou em R$ 318,30/@, o maior nível desde 26/08/22, ressalta a consultoria.
“Os preços da pecuária têm tido fortes altas desde o final de agosto em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea”, diz o instituto, em nota divulgada nesta quinta-feira.
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Em São Paulo, o Indicador do boi gordo e a carcaça casada negociada no atacado paulista acumulam avanço de mais de 15% em outubro/23, acrescenta o Cepea.
Segundo dados apurados pela Scot, os compradores de São Paulo abriram o dia (quinta-feira, 31/10) oferecendo preços melhores pela arroba do boi gordo (+ R$ 2/@) e da vaca gorda (+ R$ 5/@), agora negociados por R$ 317/@ e R$ 300/@, respectivamente, no prazo.
As cotações do novilha e do “boi-China” ficaram estáveis nesta quinta-feira, em R$ 305/@ e R$ 320/@, no prazo, segundo a Scot, lembrando que, em São Paulo, o animal com padrão-exportação ainda mantém um ágio de R$ 3/@ sobre o animal “comum”.
Pelos números da Agrifatto, porém, não há mais premiação para o “boi-China”: vale R$ 320/@ no mercado paulista, mesmo valor do animal destinado para o mercado doméstico (sem padrão-exportação).
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“O mercado físico está experimentando um cenário de alta generalizada”, afirma a Agrifatto, que também tem, quase que diariamente, ajustado (para cima) os preços do boi gordo nas praças acompanhadas.
Segundo a consultoria, a demanda (sobretudo internacional) aquecida pela carne brasileira, em contraste com a oferta limitada de animais terminados, sustenta essa tendência de alta.
Margens complicadas para os não-exportadores
“A expectativa é de que esse movimento continue no médio prazo, já que frigoríficos focados exclusivamente no mercado interno enfrentam dificuldades com margens operacionais, trabalhando com capacidade ociosa e, devido às programações de abate reduzidas, são forçados a aceitar cotações da arroba cada vez mais elevadas”, esclarece a Agrifatto.
Atualmente, diz a consultoria, as escalas de abate continuam encurtadas em apenas 5 dias úteis, na média nacional.
Futuro do boi indica arroba de R$ 323,25 em nov/24
No mercado futuro, o vencimento do contrato para outubro/24 fechou a sessão de quarta-feira (30/10) em R$ 315,30/@, enquanto o papel com entrega em novembro/24 ficou cotado em R$ 323,25/@.
China pagou mais, mas agora fecha a mão
Olhando para as exportações, afirma a Agrifatto, nota-se que os importadores chineses ainda estão se habituando com os novos valores de compra do dianteiro bovino brasileiro.
“Diante disso, dificultam novos negócios, enquanto pressionam por redução nos preços”, dizem os analistas da Agrifatto. Neste momento, o dianteiro brasileiro com destino ao mercado chinês está cotado em US$ 5.200/tonelada.
Atacado/varejo: movimentação para recomposição dos estoques
Após uma movimentação fraca na segunda (28/10) e terça-feira (29/10), as vendas de carne bovina no varejo paulista inverteram o ritmo na quarta-feira (30/10), apresentando desempenho bastante positivo, relata a Agrifatto.
“O volume surpreendente de pedidos para reposição de estoques impulsionou as distribuições de carne com ossos no atacado, que também foram bastante consistentes”, acrescenta a consultoria.
Tal movimentação, diz a Agrifatto, ficou evidente pelo fato de que as poucas devoluções parciais por problemas de qualidade eram imediatamente renegociadas com outros distribuidores para serem recolocadas no varejo – e, ainda, por um preço acima da venda inicial.
“Na verdade, o mercado (da carne bovina) enxugou, e, percebendo que haveria um ajuste nas cotações, os distribuidores intensificaram as compras da proteína na quarta-feira”, observa a Agrifatto.
Preços dos animais terminados apurados pela Agrifatto nesta quinta-feira (31/10):
São Paulo — O “boi comum” vale R$320,00 a arroba. O “boi China”, R$320,00. Média de R$320,00. Vaca a R$300,00. Novilha a R$310,00. Escalas de abates de sete dias;
Minas Gerais — O “boi comum” vale R$305,00 a arroba. O “boi China”, R$315,00. Média de R$310,00. Vaca a R$290,00. Novilha a R$295,00. Escalas de abate de cinco dias;
Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$320,00 a arroba. O “boi China”, R$320,00. Média de R$320,00. Vaca a R$300,00. Novilha a R$310,00. Escalas de cinco dias;
Mato Grosso — O “boi comum” vale R$290,00 a arroba. O “boi China”, R$300,00. Média de R$295,00. Vaca a R$280,00. Novilha a R$285,00. Escalas de abate de cinco dias;
Tocantins — O “boi comum” vale R$295,00 a arroba. O “boi China”, R$305,00. Média de R$300,00. Vaca a R$275,00. Novilha a R$285,00. Escalas de abate de quatro dias;
Pará — O “boi comum” vale R$295,00 a arroba. O “boi China”, R$305,00. Média de R$300,00. Vaca a R$275,00. Novilha a R$285,00. Escalas de abate de cinco dias;
Goiás — O “boi comum” vale R$305,00 a arroba. O “boi China/Europa”, R$315,00. Média de R$310,00. Vaca a R$290,00. Novilha a R$295,00. Escalas de abate de cinco dias;
Rondônia — O boi vale R$290,00 a arroba. Vaca a R$275,00. Novilha a R$285,00. Escalas de abate de cinco dias;
Maranhão — O boi vale R$290,00 por arroba. Vaca a R$275,00. Novilha a R$285,00. Escalas de abate de seis dias;
Paraná — O boi vale R$320,00 por arroba. Vaca a R$300,00. Novilha a R$310,00. Escalas de abate de cinco dias.