Foi uma semana de novas valorizações no mercado do boi gordo e, segundo analistas, tudo indica de que, na próxima, os preços da arroba irão manter a escalada de alta.
Isso porque as chuvas generosas que atingiram as regiões Centro-Oeste e Sudeste do País deixaram os pastos esverdeados, o que possibilita o pecuarista seguir a mesma estratégica das últimas semanas, ou seja, segurar a boiada no pasto e esperar até que “bata o desespero” nas indústrias frigoríficas – ou seja, elas acabam indo às compras, cedendo à forte pressão por preços mais altos que vem do campo.
“Com a retomada das atividades pós-Carnaval e o período de início do mês, marcado pelo recebimento de salários, as indústrias frigorificas manifestaram maior interesse de compra de gado”, ressalta a Informa Economics FNP.
Continue depois da publicidade
Ainda de acordo com a consultoria paulista, atualmente, os frigoríficos operam com escalas de abate bastante apertadas, o que deve motivar ainda mais a busca por animais terminados na próxima semana. É possível que as praças do Mato Grosso, o Estado com rebanho bovino do País, registrem acréscimos de preços mais expressivos na próxima semana, pois lá a indústria teve grande dificuldade em preencher as suas programações de abate na última semana, devido aos problemas logísticos ocasionados pelas fortes chuvas, que atrapalharam o transporte da boiada pelas estradas do interior mato-grossense.
Preços regionais – Nos primeiros quatro dias úteis de março, na média das 32 praças monitoradas pela Scot Consultoria, o preço da arroba do animal macho terminado subiu 0,7%. “Apesar da valorização modesta, o movimento indica que a disponibilidade, embora tenha melhorado, está menor do que a demanda”, avalia a consultoria de Bebedouro, SP.
Segundo dados da FNP, o valor do boi gordo negociado no interior de São Paulo fechou a semana em R$ 207/@, a prazo, com elevação de 3/@ sobre o preço registrado na semana anterior. Em Cuiabá, no MT, o animal terminado é vendido a R$ 188/@, à vista, com elevação de R$ 2/@ sobre visto há sete dias.
Atacado/varejo – No mercado atacadista, o ritmo das vendas de carne bovina foi mais intenso nesta semana, mas ainda não o suficiente para desencadear altas mais consistentes nos preços dos principais cortes bovinos, de acordo com a FNP. “Com receio de um impacto no escoamento da mercadoria, os frigoríficos optaram por não emplacar maiores altas nos preços da carne, pelo menos no curtíssimo prazo, a fim de não prejudicar o fluxo de comercialização que ainda está em ritmo de recuperação”, observa a consultoria.