Benchmarking da Nutron mostra que só 22% do lucro foi em função da valorização da arroba do boi gordo; o restante, eficiência do pecuarista dentro da porteira
Por Ariosto Mesquita
O que já estava bom ficou ainda melhor. Em 2019, 44 confinamentos avaliados (somando um rebanho de 417 mil animais) obtiveram um faturamento líquido médio de R$ 507/cabeça. Em 2020, o benchmarking (estudo que mostra o desempenho individual frente à média e aos melhores do grupo) da Nutron/Cargill reuniu 71 confinamentos (608.568 bovinos) e registrou lucro médio de R$ 869/cabeça na análise dos 527.611 machos (53,4% Nelore), representando uma rentabilidade média de 5,48% ao mês (ante 4,61% em 2019).
Este incremento de 71,4% no resultado financeiro decorre, segundo os analistas da empresa, mais pelo desempenho dentro da porteira do que pela valorização da arroba do boi gordo. Pela primeira vez em cinco anos, o levantamento avaliou o desempenho das fêmeas. Cada uma das 80,9 mil cabeças gerou um lucro líquido médio de R$ 327,40.
Os resultados zootécnicos e financeiros do 5º Benchmarking Nutron/Cargill (confinamento em 2020) foram apresentados pelo consultor técnico nacional de bovinos de corte, Felipe Bortolotto, e pelo líder comercial de soluções digitais para ruminantes, Pedro Fonseca, no dia 19 de abril. A divulgação dos dados no começo do segundo trimestre coincide com o início da entrada dos animais para o chamado primeiro giro de confinamento em 2021.
A quantidade de animais confinados envolvidos neste levantamento representa uma amostragem de 9,8% em relação ao total de bovinos confinados ano passado no Brasil (6,2 milhões de cabeças segundo o Censo DSM de Confinamento 2020, apresentado em fevereiro).
Cada participante do benchmarking recebeu um relatório contendo o seu desempenho (seus indicadores), o desempenho dos confinamentos considerados “top 20” (os 20% de melhor desempenho) e a média geral. Uma das novidades apresentadas pela Nutron este ano foi o cálculo da efetiva origem dos lucros, feito na tentativa de corrigir uma “miopia” em interpretações que relacionam a lucratividade quase que exclusivamente com a valorização da arroba do boi gordo.