Os pecuaristas continuam perdendo a “batalha de preços” com os frigoríficos, que, pelo menos em São Paulo, têm conseguido, ao longo desta semana, derrubar, quase todos os dias, os valores da arroba do boi gordo e demais categorias.
Confira as cotações dos animais terminados, apurados no dia 12/12 pela Agrifatto; clique AQUI.
Nesta quinta-feira (12/12), o animal terminado “comum” e as outras categorias prontas para abater – incluindo o “boi-China” –registraram queda diária de R$ 5/@, segundo apurou a Scot Consultoria.
Com isso, o boi “comum” agora vale R$ 315/@, mesmo valor pago pelo “boi-China” – portanto, neste momento, não há ágio para o animal padrão-exportação no mercado paulista, informa a Scot.
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A vaca gorda está cotada em R$ 292/@, enquanto a novilha gorda é negociada por R$ 310/@, acrescenta a Scot, ainda se referindo ao mercado de São Paulo.
Pelos cálculos da Scot, as escalas de abate dos frigoríficos paulistas estão, em média, para oito dias úteis.
Segundo os analistas da Scot, as ofertas de boiadas seguem com fôlego e, embora a semana passada tenha sido marcada pelo pagamento dos salários, o escoamento de carne bovina no mercado doméstico ficou abaixo das expectativas para o período, o que chegou a forçar algumas entidades compradoras a reduzirem o abate.
Apuração Agrifatto
Após as desvalorizações da arroba computadas no mercado físico desde 28 de novembro, “os preços do boi gordo agora indicam oscilações mínimas nas praças brasileiras, com uma aparente estabilidade, especialmente nas regiões Sudeste e Centro-Oeste”.
“Isso é evidenciado pelo fato de que, na quarta-feira (11/12), todas as 17 regiões monitoradas mantiveram suas cotações inalteradas”, ressalta a Agrifatto.
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Segundo a consultoria, o volume de boiadas negociadas foi suficiente apenas para sustentar as escalas de abate, que variam entre oito e nove dias, na média nacional.
Nesta quinta-feira (12/12), diz a Agrifatto, “o preço médio do boi gordo paulista se manteve em R$ 320/@ (tanto o animal “comum” quanto o “boi-exportação”), apesar da pressão para redução para R$ 310/@, o que ainda não ocorreu”.
Nas 16 outras regiões acompanhadas pela Agrifatto, a média do preço do boi gordo caiu para R$ 301/@ nesta quinta-feira. “Seis das dezessete praças acompanhadas registraram queda na arroba (GO, MG, MS, PR, RJ e SC)”, relata a Agrifatto; as outras 11 permaneceram com suas cotações inalteradas.
China tira o pé
Em relação ao mercado internacional de carne bovina, nesta semana os negócios envolvendo a venda de carne bovina in natura para a China continuaram “fracos, apesar de algumas transações terem ocorrido”, informa a Agrifatto.
O preço do dianteiro bovino embarcado pelo Brasil ao mercado chinês sofreu uma queda de 10,19% em relação ao mês anterior, estabelecendo-se em US$ 4.900 por tonelada, de acordo com apuração da Agrifatto.
“Essa redução nos preços é atribuída, principalmente, mà desvalorização do yuan em relação ao dólar, o que tem diminuído a disposição dos importadores chineses de pagar mais pelos cortes bovinos”, observam os analistas da Agrifatto.
Além disso, continua a consultoria, a atenção da China está voltada para a logística das comemorações do Ano Novo Chinês, que ocorrerá no final de janeiro de 2025.
Mercado futuro sem definição de rumo
Na quarta-feira (11/12), o contrato do boi gordo com vencimento em abril/25 foi negociado a R$ 304,15/@, com valorização de 0,56% em relação ao dia anterior.
Por sua vez, os contratos com vencimento em dezembro/24 e janeiro/25 destacaram-se pelo desempenho negativo, fechando a terça-feira cotados a R$ 306,45/@ e R$ 304,95/@, respectivamente, ambos com recuo de 1,42% no comparativo diário, de acordo com dados apurados pela Agrifatto.