Boi gordo: mercado interno segue sem potência, informa Scot

Com a entrada do outono, a expectativa é de que a pressão de baixa sobre a arroba ganhe força, influenciada pela maior desova de boiadas, prevê o analista Felipe Fabbri

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O mercado brasileiro do boi gordo segue moroso, mas a pressão é baixista, diz o zootecnista Felipe Fabbri, analista da Scot Consultoria.

“Há capacidade de suporte e retenção de boiadas pelos pecuaristas e cadência na aquisição de matéria-prima pelas indústrias”, resume Fabbri.


Desde o início de março, entre as 32 praças pecuárias monitoradas pela Scot, o movimento flutuou entre estabilidade e queda em 23 praças pecuárias, com a maior baixa registrada no Espírito Santo (4,5%), observa o analista.

“Nas praças onde houve alta, este movimento foi comedido e chegou a, no máximo, em 1,3%”, acrescenta Fabbri.

Segundo ele, no mercado interno ainda há dificuldades com relação ao escoamento de carne bovina, prejudicado pelo menor poder aquisitivo da população brasileira, sobretudo nesta segunda metade do mês, quando há um maior esgotamento do dinheiro recebido pelos trabalhadores no começo de março.

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“Com o avanço do outono, a perspectiva é de que a pressão de baixa se intensifique, com a capacidade de suporte das pastagens no Brasil Central aumentando a concentração de vendas por parte do produtor”, alerta Fabbri.

Nesta sexta-feira (22/3), o preço do boi gordo em São Paulo sofreu queda, segundo apuração da Scot Consultoria.

“A perspectiva de baixo escoamento de carne para a próxima semana e o ritmo lento nas negociações pressionaram o preço do boi comum, que caiu R$ 5/@ na comparação com quinta-feira (21/3)”, informa a Scot, referindo-se à praça paulista.

Com isso, o boi gordo direcionado ao mercado doméstico (sem prêmio-exportação) é negociado por R$ 225/@, no prazo, valor bruto. Por sua, ainda em SP, a vaca gorda e a novilha terminada valem R$ 205 e R$ 220/@, enquanto o “boi-China” está cotado em R$ 235/@ (ágio de R$ 10/@), de acordo com a Scot.

Pelos dados da Agrifatto, o animal terminado caiu para R$ 225/@ em São Paulo. Foi a única região acompanhada pela consultoria com registro de queda diária nesta sexta-feira, destaca a consultoria.

Nas demais praças, os valores da arroba monitorados (outras 16, veja tabela ao final deste texto) ficaram laterais, com média de R$ 215,30/@.

Segundo levantamento da S&P Global Commodity Insight, nesta sexta-feira (22/3), o mercado brasileiro do boi gordo operou sob cautela, “com os olhos voltados para a Páscoa e as incertezas climáticas que se avizinham”.

“As indústrias frigoríficas demonstram um comportamento reticente em relação às compras (de boiadas gordas), preferindo aguardar uma melhora na demanda antes de se comprometerem com aquisições mais expressivas”, relata a S&P Global.

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Ao mesmo tempo, na opinião dos analistas da consultoria, as escalas de abate apresentam um movimento de avanço para mais de uma semana, o que evidencia que, apesar da cautela, “os frigoríficos reconhecem a necessidade de repor os seus estoques”.

No mercado da carne bovina, diz a S&P Global, o varejo e o atacado vivenciaram uma demanda abaixo do esperado na segunda quinzena do mês, um cenário que não se configura como surpresa diante da proximidade da Semana Santa.

“Historicamente, esse período é marcado pela abstinência de carne vermelha por parte de fiéis de diversas religiões, o que impacta diretamente o consumo e, consequentemente, os preços da arroba”, justifica a S&P Global.

Para além da Semana Santa, outro fator que gera apreensão no mercado é o clima, destaca a consultoria. “As previsões para o final de março e início de abril indicam chuvas irregulares e temperaturas elevadas em grande parte do País”, afirma a S&P Global, acrescentando: “Essa combinação pode afetar negativamente a qualidade das pastagens, impactando a saúde do gado e, consequentemente, a oferta de animais para abate no curto prazo”.

Diante disso, ressalta a S&P Global, a cautela se torna a palavra de ordem para o mercado do boi gordo. “As indústrias frigoríficas monitoram a demanda interna e externa, enquanto os pecuaristas observam com atenção a evolução dos preços e os impactos do clima”.

Do lado das exportações, em volume, elas seguem em bom ritmo, observa Felipe Fabbri, da Scot. Até a terceira semana de março foram exportadas 84,7 mil toneladas de carne bovina in natura, com média diária de 7,7 mil toneladas, um crescimento de 42,3% frente à média diária registrada em março de 2023.

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Futuro – Os contratos do boi gordo enfrentaram mais uma semana de desafios e, no comparativo entre as últimas quintas-feiras, houve desvalorização, com nenhum papel para o primeiro semestre acima dos R$ 230/@, informa a Agrifatto, referindo-se aos negócios na bolsa paulista B3.

O vencimento para março/24 fechou o dia 21/03 a R$ 229,35/@, com queda de 2,1% no período, mas parte da perda foi corrigida no pregão desta sexta-feira (22/03/24), informa a consultoria.

Preços dos animais terminados apurados pela Agrifatto na sexta-feira (22/3):

São Paulo — O “boi comum” vale R$215,00 a arroba. O “boi China”, R$235,00. Média de R$225,00. Vaca a R$205,00. Novilha a R$220,00. Escalas de abates de onze dias;

Minas Gerais — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China”, R$220,00. Média de R$215,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de doze dias;

Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China”, R$220,00. Média de R$215,00. Vaca a R$195,00. Novilha a R$205,00. Escalas de abate de nove dias;

Mato Grosso — O “boi comum” vale R$205,00 a arroba. O “boi China”, R$215,00. Média de R$210,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$195,00. Escalas de abate de nove dias;

Tocantins — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China”, R$220,00. Média de R$215,00. Vaca a R$185,00. Novilha a R$190,00. Escalas de abate de dez dias;

Pará — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China”, R$220,00. Média de R$215,00. Vaca a R$185,00. Novilha a R$190,00. Escalas de abate de onze dias;

Goiás — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China/Europa”, R$220,00. Média de R$215,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de nove dias;

Rondônia — O boi vale R$190,00 a arroba. Vaca a R$180,00. Novilha a R$180,00. Escalas de abate de doze dias;

Maranhão — O boi vale R$205,00 por arroba. Vaca a R$180,00. Novilha a R$185,00. Escalas de abate de onze dias;

Paraná — O boi vale R$225,00 por arroba. Vaca a R$200,00. Novilha a R$205,00. Escalas de abate de nove dias.

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