Com as escalas de abate praticamente completas para a próxima semana, os frigoríficos de São Paulo iniciaram a quinta-feira (19/5) reduzindo em R$ 1/@ os preços dos animais terminados, informa a Scot Consultoria.
Dessa maneira, o boi gordo paulista é negociado por R$ 308/@, enquanto a vaca gorda e a novilha gordas são vendidas por R$ 275/@ e R$ 304/@, respetivamente (preços brutos e a prazo), segundo a Scot.
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No acumulado de maio (até este dia 19), a cotação do macho terminado abatido recuou 1,3% na média das 32 praças pecuárias monitoradas pela Scot Consultoria.
Neste mesmo intervalo de tempo, nas praças de São Paulo, a referência para o macho terminado destinado ao mercado interno recuou R$ 6/@, acrescenta a Scot.
Ainda nas praças de São Paulo, a cotação do boi-China (abatido mais jovem, geralmente com idade inferior a 30 meses) registrou recuo diário de R$ 5/@ nesta quinta-feira, ficando em R$ 315/@, acrescenta a consultoria.
Segundo apuração da IHS Markit, mesmo com preços mais atrativos em 2022 para os compradores de gado, a comercialização brasileira de boiadas gordas permanece em ritmo lento, sem grande liquidez.
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Esse descompasso entre oferta e demanda, dizem os analistas, traz maior pressão sobre os preços e alimenta ainda mais os movimentos de declínio na arroba em todo País.
“O período de estiagem vem prejudicando a capacidade de suporte de massa verde das pastagens, o que tem estimulado a desova dos últimos lotes terminados a pasto”, afirma a IHS, acrescentando que que a campanha de vacinação, realizada a partir deste mês, também contribui para o avanço da oferta.
Especialmente nesta semana, a nova onda de frio intenso, com riscos de severas geadas em algumas localidades, também colocou em alerta muitos pecuaristas da região Sul e Sudeste, e também presentes em algumas partes do Centro-Oeste, sobretudo em áreas do Mato Grosso do Sul e Goiás.
“O aumento da disponibilidade de animais terminados a pasto, impulsionado pela queda de temperatura em boa parte do Brasil, pesaram sobre as cotações no mercado do boi gordo”, ressalta a Scot Consultoria.
Para os próximos dias, continua a consultoria, a intensificação da saída de animais de pasto, em função sobretudo das quedas de temperaturas nas regiões pecuárias, tende a manter o mercado pressionado.
Planta da JBS – Na avaliação dos analistas, um outro fator que tem reforçado o viés de baixa na arroba do boi gordo é a paralisação nas operações de abate de animais com padrão China de uma importante unidade da JBS, instalada em Mozarlândia (GO).
“O maior volume de animais refletiu fortemente nos preços da arroba no Estado de Goiás, impactando também alguns praças de regiões vizinhas, como Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e São Paulo”, afirma a IHS.
Com isso, a consultoria captou nesta quinta-feira novo recuo na região de Goiás, tanto em Goiânia como na região Sul do Estado (veja abaixo as cotações máximas atuais de malhos e fêmeas nas principais praças brasileiras, segundo levantamento da IHS Markit).
No Norte e Nordeste, a consultoria também observou queda nos preços da arroba nesta quinta-feira.
Nessas regiões, diz a IHS, a escalas de abate permanecem elevadas e a oferta de boiadas gordas também é superior ao volume demandado pelos frigoríficos.
No mercado futuro do boi gordo, negociado na bolsa B3, os contratos com vencimentos para o segundo semestre do ano permanecem sob forte queda, registrando recuos em todas as posições nesta semana, informa a IHS.
“Apesar dos preços da reposição apresentarem maior atratividade aos confinadores, favorecendo a relação de troca entre boi gordo e bezerro, os altos custos com nutrição, sobretudo preços de milho e farelo de soja, inviabilizam o primeiro giro de confinamento deste ano, colocando também em risco o segundo giro”, alertam os analistas da IHS.
Neste sentido, continua a consultoria, cresce as expectativas de forte retração na oferta de animais confinados no segundo semestre, notadamente a partir de setembro.
Cotações máximas de machos e fêmeas desta quinta-feira, 19 de maio
(Fonte: IHS Markit)
SP-Noroeste:
boi a R$ 315/@ (prazo)
vaca a R$ 275/@ (prazo)
MS-Dourados:
boi a R$ 285/@ (à vista)
vaca a R$ 265/@ (à vista)
MS-C.Grande:
boi a R$ 290/@ (prazo)
vaca a R$ 270/@ (prazo)
MS-Três Lagoas:
boi a R$ 290/@ (prazo)
vaca a R$ 270/@ (prazo)
MT-Cáceres:
boi a R$ 280/@ (prazo)
vaca a R$ 265/@ (prazo)
MT-Tangará:
boi a R$ 280/@ (prazo)
vaca a R$ 265/@ (prazo)
MT-B. Garças:
boi a R$ 278/@ (prazo)
vaca a R$ 267/@ (prazo)
MT-Cuiabá:
boi a R$ 280/@ (à vista)
vaca a R$ 265/@ (à vista)
MT-Colíder:
boi a R$ 275/@ (à vista)
vaca a R$ 265/@ (à vista)
GO-Goiânia:
boi a R$ 280/@ (prazo)
vaca R$ 260/@ (prazo)
GO-Sul:
boi a R$ 280/@ (prazo)
vaca a R$ 260/@ (prazo)
PR-Maringá:
boi a R$ 300/@ (à vista)
vaca a R$ 270/@ (à vista)
MG-Triângulo:
boi a R$ 290/@ (prazo)
vaca a R$ 266/@ (prazo)
MG-B.H.:
boi a R$ 280/@ (prazo)
vaca a R$ 265/@ (prazo)
BA-F. Santana:
boi a R$ 270/@ (à vista)
vaca a R$ 260/@ (à vista)
RS-Porto Alegre:
boi a R$ 330/@ (à vista)
vaca a R$ 300/@ (à vista)
RS-Fronteira:
boi a R$ 330/@ (à vista)
vaca a R$ 300/@ (à vista)
PA-Marabá:
boi a R$ 275/@ (prazo)
vaca a R$ 265/@ (prazo)
PA-Redenção:
boi a R$ 275/@ (prazo)
vaca a R$ 265/@ (prazo)
PA-Paragominas:
boi a R$ 290/@ (prazo)
vaca a R$ 280/@ (prazo)
TO-Araguaína:
boi a R$ 275/@ (prazo)
vaca a R$ 260/@ (prazo)
TO-Gurupi:
boi a R$ 270/@ (à vista)
vaca a R$ 260/@ (à vista)
RO-Cacoal:
boi a R$ 265/@ (à vista)
vaca a R$ 253/@ (à vista)
RJ-Campos:
boi a R$ 285/@ (prazo)
vaca a R$ 274@ (prazo)
MA-Açailândia:
boi a R$ 275/@ (à vista)
vaca a R$ 260/@ (à vista)