Desde o início de junho/24, o ágio do contrato futuro do boi gordo com vencimento para outubro/24 sobre o preço do animal terminado no mercado físico (Indicador Cepea/B3) já recuou quase 10 pontos percentuais, informa a Agrifatto.
Na última sexta-feira (19/7), o boi gordo era negociado em R$ 232,30/@ no mercado físico, enquanto o contrato para outubro/24 (pico da entressafra) estava cotado em R$ 241,25 – uma diferença (ágio) de 3,8% ou de R$ 8,95/@.
Segundo os analistas da Agrifatto, uma das possíveis motivações para essa “descrença” em relação a um movimento mais forte de valorização na arroba do boi gordo nos próximos meses é o modo como as indústrias conseguem, atualmente, aumentar as escalas de abate, bastando lançar preços um pouco mais altos pela arroba.
Continue depois da publicidade
“Na última semana, voltamos a ver as programações dos frigoríficos aumentarem quando o preço ofertado para o pecuarista subiu”, afirma a Agrifatto.
No entanto, ao considerar a variação histórica do preço do boi gordo entre julho e outubro em São Paulo, nota-se que há um padrão de valorização do animal.
“Nos últimos 20 anos, a variação média entre julho e outubro foi de 4,31%, com destaque para 2006 e 2020, quando essa oscilação de alta ficou ao redor de 20%. Ou seja, a valorização futura proposta atualmente de 3,8% está levemente abaixo da média dos últimos 20 anos”, observa a Agrifatto.
Porém, continua a Agrifatto, o que pode estar “martelando na cabeça” dos operadores de boi gordo neste momento são os fatos ocorridos nos últimos três anos.
Entre 2021 e 2023, no intervalo de julho a outubro, o preço do boi gordo no mercado físico de São Paulo registrou um recuo médio de 9,70%.
Continue depois da publicidade
“Portanto, se esse padrão se repetir em 2024, teríamos uma referência de preço do boi abaixo dos R$ 210/@ ao final de outubro/24”, relata a Agrifatto, que ressalta: “O histórico recente pode ser o grande motivador para essa “descrença” dos operadores do mercado futuro”.
No entanto, a Agrifatto enxerga fundamentos para que o boi gordo finalize o último quadrimestre do ano (setembro a dezembro) com o preço acima do proposto na tela da B3.
“O tradicional aumento de demanda de fim de ano, a estabilidade no volume mensal de oferta de animais terminados, além da esperada redução no abate de fêmeas, nos faz visualizar cotações melhores para os meses finais de 2024”, acreditam os analistas da Agrifatto.