Assim como o ciclo pecuário se repete, o “ciclo comportamental” dos participantes do mercado do boi gordo também pode se repetir em tempos de grandes disparadas nos preços da arroba, alerta o analista Raphael Galo, da Terra Investimento, em texto publicado no informativo semanal Boi & Companhia, divulgado nesta semana pela Scot Consultoria. Na “meteorologia” sugerida pelo analista, o “ciclo comportamental” do pecuarista pode ser marcado por momentos de “otimismo”, “empolgação”, “excitação”, “euforia”, “ansiedade”, “negação”, “medo”, “desespero”, “pânico”, “desânimo”, “depressão”, “esperança”, “alívio”, “conforto” e “otimismo”.
Na avaliação do Galo, em períodos de “euforias”, é o “momento de maior risco”, quando o pecuarista pode “ser levado pela emoção”.
Em seu texto publicado pelo “Boi & Companhia”, Galo até arrisca um desenho humorístico (charge), que ilustra como personagem um pecuarista bastante empolgado após a forte disparada nos preços do boi, que diz: “Rapaz do céu, eu manjo demais nesse trem de pecuária! A boiada que comprei esses dias já tá valendo uma nota”.
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Em tempos de euforia, diz Galo, é o momento de reavaliar estratégias e garantir margem por meio de mecanismo de proteção de preços na bolsa B3 (hedge).
“Talvez estejamos passando pelo ‘otimismo’ de preços atualmente. O prudente agora é ir acompanhando o mercado, dados e estatísticas, para não nos deixar ser levados pela emoção e, novamente, não identificarmos o momento crucial de cautela no mercado”, recomenda.
O analista cita o passado recente para exemplificar um caso de real de “euforia” dos pecuaristas brasileiros que acabou resultando em “desespero”, “pânico” e “depressão”.
Foi em 2022, mais precisamente em março, quando o boi gordo bateu R$ 350/@ em São Paulo, mas caiu para R$ 199/@ em agosto daquele mesmo ano, causando estragos nos bolsos dos pecuaristas que não lançaram mão de algum mecanismo de proteção de preço.
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Em sua charge, Galo mostra um pecuarista com aparência de desespero, que, ao mesmo tempo, esbraveja e lamenta: “Meu Deus do céu! A culpa é do governo! Devia mesmo ter mudado para a agricultura como o meu ‘cumpadi’ me alertou!”
O analista termina o seu texto oferecendo uma mensagem em tom de autoajuda: “Invista alguns minutos se identificando e se autoavaliando em cada fase dos ‘ciclos de comportamentos’, pois o ciclo irá se repetir com certeza”, diz Galo, que completa: “As suas atitudes podem ser alteradas (para melhor) e isso fará uma baita diferença no seu negócio e no seu emocional”.