Pela primeira vez na história, os preços médios de exportação da carne bovina brasileira in natura oscilam acima do patamar de US$ 6.000/tonelada, relatam ao Portal DBO o economista Yago Travigini, da Agrifatto, e o médico veterinário Hyberville Neto, diretor da HN Agro.
Ambos os analistas se referem os dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), computados em abril/22 e durante as duas semanas deste mês de maio.
“O consolidado dos preços de abril/22 já foi recorde histórico ao atingir US$ 6.209/tonelada e a tendência é que maio/22 supere esse recorde, batendo algo em torno de US$ 6.300/toneladas”, prevê Travagini.
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Na avaliação de Hyberville Neto, os avanços nos valores médios foram puxados sobretudo pelos importadores da China e da União Europeia, que neste ano seguem pagando preços bem mais altos pela nossa carne fresca.
“Tomando como base os dez primeiros dias úteis de maio/22, o preço médio da tonelada da carne bovina in natura brasileira já está acima de US$ 6.300/tonelada (considerando a média diária)”, observa Neto.
Segundo Travagini, a redução na produção de carne bovina norte-americana e australiana pesou sobre as cotações internacionais da proteína.
“Trata-se de um efeito global, ou seja, não é só a carne bovina brasileira que está se valorizando”, afirma o economista, acrescentando que o quadro inflacionário mundial também está contribuindo para o processo de valorização da proteína.
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Na opinião de Travagini, no curto e médio prazos, a tendência é de que o preço da carne bovina brasileira continue em um patamar próximo ao atual (em torno de US$ 6.000/tonelada), já que “não há perspectivas de grande reduções de demanda internacional, nem mesmo de deflação”.
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No entanto, diante do retorno da Covid-19 na China, situação que resultou em medidas de isolamento social e, consequentemente, problemas logísticos, o preço pago pelos chineses pela carne importada (incluindo a brasileira) tende a se acomodar daqui para frente.
Veja abaixo os recordes anteriores da carne bovina brasileira
Março/22 – US$ 5.900/tonelada)
Setembro/21 – US$ 5.790/tonelada
Agosto/21 – US$ 5.680/tonelada
Jul/21 – US$ 5.428/tonelada
Fonte: Secex/Agrifatto