Pastos “biodiversos” na mira da pesquisa

Proposta é definir consórcios de gramíneas tropicais capazes de reduzir a estacionalidade forrageira e os riscos inerentes ao monocultivo

Foto: Alex Ruiz

Por Renato Villela

A mistura de gramíneas na mesma área, em regiões tropicais, costuma ser desaconselhada pela maioria dos técnicos no Brasil, devido às dificuldades de se manejar espécies com hábitos de crescimento, exigências em fertilidade do solo e palatabilidade diferentes. Os principais problemas desses mixes têm sido o consumo seletivo por parte dos animais (que leva ao superpastejo de uma das gramíneas), a desuniformidade do dossel forrageiro (que complica o manejo pela altura) e a demanda heterogênea por adubação.

Em função disso, o cultivo “solteiro” tornou-se regra no País, mas esse paradigma pode estar prestes a ser quebrado. Partindo de estudos bem-sucedidos com consórcios de gramíneas em regiões de clima temperado, como os conduzidos pela Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), em Lages, pesquisadores de várias instituições começaram a avaliar esses mixes também em regiões tropicais, pensando tanto em aumentar a oferta de capim nas águas, quanto reduzir sua escassez na seca.

Estudos iniciais desenvolvidos pela Embrapa Gado de Corte (Campo Grande, MS) e pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP) já obtiveram resultados interessantes com alguns consórcios, embora ainda haja um longo caminho a percorrer antes de se fazer recomendações ao produtor.

Além da possibilidade de se minimizar a estacionalidade forrageira nos trópicos, espera-se que esses “pastos multigramíneas”, também chamados de “pastos biodiversos” ou “inteligentes” suportem melhor os ataques de pragas e o estresse hídrico, por exemplo, do que os monocultivos.

VEJA TAMBÉM | A formação ideal da pastagem: escolhas e processos para transformar sua fazenda

Outras possíveis vantagens podem ser uma maior captura de carbono, a oferta de forragem mais nutritiva, a ocupação eficiente do espaço (acima e abaixo do solo) e a melhor formação do pasto em áreas mistas (com diferentes tipos de estrutura ou níveis de umidade). Empiricamente, alguns produtores já buscam isso ao misturar gramíneas tropicais.

Escolha das cultivares

Em região de clima temperado, consórcio incluem até seis cultivares. Foto: Udesc

O objetivo da pesquisa é identificar consórcios com sinergias múltiplas, mas principalmente que prolonguem o fornecimento de forragem de qualidade no final das águas/início da seca e que rebrotem rápido na estação chuvosa seguinte. A grande questão é: quais variedades misturar? Segundo o professor da Udesc, André Fischer Sbrissia, que tem grande experiência em pesquisas nesta área, o principal critério para a escolha das cultivares deve ser a complementaridade.

Para continuar lendo é preciso ser assinante.

Faça já sua assinatura digital da DBO

Leia todo o conteúdo da DBO a partir de R$ 12,70 por mês.

Invista na melhor informação. Uma única dica que você aproveite pagará com folga o valor da assinatura.

Já tem uma assinatura DBO?
Entre na sua conta e acesse a Revista Digital:

Este post está disponível apenas para membros.

Continue depois da publicidade

Proposta é definir consórcios de gramíneas tropicais capazes de reduzir a estacionalidade forrageira e os riscos inerentes ao monocultivo

Foto: Alex Ruiz

Por Renato Villela

A mistura de gramíneas na mesma área, em regiões tropicais, costuma ser desaconselhada pela maioria dos técnicos no Brasil, devido às dificuldades de se manejar espécies com hábitos de crescimento, exigências em fertilidade do solo e palatabilidade diferentes. Os principais problemas desses mixes têm sido o consumo seletivo por parte dos animais (que leva ao superpastejo de uma das gramíneas), a desuniformidade do dossel forrageiro (que complica o manejo pela altura) e a demanda heterogênea por adubação.

Em função disso, o cultivo “solteiro” tornou-se regra no País, mas esse paradigma pode estar prestes a ser quebrado. Partindo de estudos bem-sucedidos com consórcios de gramíneas em regiões de clima temperado, como os conduzidos pela Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), em Lages, pesquisadores de várias instituições começaram a avaliar esses mixes também em regiões tropicais, pensando tanto em aumentar a oferta de capim nas águas, quanto reduzir sua escassez na seca.

Estudos iniciais desenvolvidos pela Embrapa Gado de Corte (Campo Grande, MS) e pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP) já obtiveram resultados interessantes com alguns consórcios, embora ainda haja um longo caminho a percorrer antes de se fazer recomendações ao produtor.

Além da possibilidade de se minimizar a estacionalidade forrageira nos trópicos, espera-se que esses “pastos multigramíneas”, também chamados de “pastos biodiversos” ou “inteligentes” suportem melhor os ataques de pragas e o estresse hídrico, por exemplo, do que os monocultivos.

VEJA TAMBÉM | A formação ideal da pastagem: escolhas e processos para transformar sua fazenda

Outras possíveis vantagens podem ser uma maior captura de carbono, a oferta de forragem mais nutritiva, a ocupação eficiente do espaço (acima e abaixo do solo) e a melhor formação do pasto em áreas mistas (com diferentes tipos de estrutura ou níveis de umidade). Empiricamente, alguns produtores já buscam isso ao misturar gramíneas tropicais.

Escolha das cultivares

Em região de clima temperado, consórcio incluem até seis cultivares. Foto: Udesc

O objetivo da pesquisa é identificar consórcios com sinergias múltiplas, mas principalmente que prolonguem o fornecimento de forragem de qualidade no final das águas/início da seca e que rebrotem rápido na estação chuvosa seguinte. A grande questão é: quais variedades misturar? Segundo o professor da Udesc, André Fischer Sbrissia, que tem grande experiência em pesquisas nesta área, o principal critério para a escolha das cultivares deve ser a complementaridade.

Para continuar lendo é preciso ser assinante.

Faça já sua assinatura digital da DBO

Leia todo o conteúdo da DBO a partir de R$ 12,70 por mês.

Invista na melhor informação. Uma única dica que você aproveite pagará com folga o valor da assinatura.

Já tem uma assinatura DBO?
Entre na sua conta e acesse a Revista Digital:

Este post está disponível apenas para membros.
Gostou? Compartilhe:
Destaques de hoje no Portal DBO

Cadastre-se de gratuitamente na Newsletter DBO:


    Continue depois da publicidade

    Continue depois da publicidade

    Continue depois da publicidade

    clima tempo

    São Paulo - SP

    max

    Máx.

    --

    min

    Min.

    --

    017-rain

    --

    Chuva

    008-windy

    --

    Vento

    Continue depois da publicidade

    Continue depois da publicidade

    Continue depois da publicidade

    Leilões em destaque

    Continue depois da publicidade

    Newsletter

    Newsletter

    Jornal de Leilões

    Os destaques do dia da pecuária de corte, pecuária leiteira e agricultura diretamente no seu e-mail.

    Continue depois da publicidade

    Vaca - 30 dias

    Boi Gordo - 30 dias

    Fonte: Scot Consultoria

    Vaca - 30 dias

    Boi Gordo - 30 dias

    Fonte: Scot Consultoria

    Continue depois da publicidade

    Encontre as principais notícias e conteúdos técnicos dos segmentos de corte, leite, agricultura, além da mais completa cobertura dos leilões de todo o Brasil.

    Encontre o que você procura:

    Pular para o conteúdo