Para especialistas, o período seco que ocorre em boa parte do Brasil, entre abril e outubro, é a fase crítica da produção de carne bovina no País.
Com a quase ausência de chuvas, cai drasticamente a oferta de capim, não só em quantidade, quanto, principalmente, em qualidade. Então, providências precisam ser tomadas.
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E eles são unânimes ao dizer que “os prejuízos decorrentes da estiagem seriam totalmente evitáveis se as propriedades tivessem elaborado um planejamento mínimo”, de modo a prever ações, basicamente no manejo e nutrição dos rebanhos, garantindo manutenção, desenvolvimento e engorda ao longo do processo.
Anderson Fernandes (foto), médico veterinário diretor da Breed Assessoria, empresa que dá assistência em várias propriedades nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste do País é um desses técnicos que defendem o planejamento estratégico para fugir do “boi sanfona”, aquele que engorda nas águas e perde peso na seca. Ele destaca três pontos básicos para o pecuarista não errar.
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Alexandre Campos Gonçalves, engenheiro agrônomo diretor da Alecrim Consultoria, também defende o planejamento e é outro especialista que aprofunda essa discussão sobre “erros na nutrição animal”.
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De posse desse planejamento, o criador sabe onde tem de se calçar para garantir o bom andamento produtivo dos seus animais, em cada categoria e objetivo da produção.
Ele pode, por exemplo, antecipar as compras de insumos que inevitavelmente terá de utilizar. Tudo isso exige um dimensionamento prévio.
As pastagens são o “grande calcanhar de Aquiles” no período de estiagem, ainda mais se nada foi feito dentro de uma boa gestão.
“O pasto é muito plástico, mesmo o cultivado, e está sujeito as alterações do ambiente quanto à luminosidade, temperatura e oferta de água. Há tempo e tempo na sua exploração. O capim não pode ser sobre nem subaproveitado”, explica.
Suplementação estratégica – A complementação da dieta dos animais por meio do fornecimento de outros ingredientes que não o pasto, ao contrário do que muitos pensam não deve ser aplicada somente na seca. Dependendo do número de animais e da capacidade produtiva das pastagens disponíveis, uma boa gestão pode sugerir suplementação.
É o que se chama suplementação nas águas para poupar a forragem e preservar certa capacidade de sua oferta para a seca. Em alguns momentos, por motivos diversos, a população de bovinos na fazenda pode exceder.
Nesse período, para evitar o superpastejo, o pecuarista deve buscar outros volumosos no mercado, exatamente quando estão mais em conta, e oferecer ao gado, assim como alguma proteína se necessário.
Pode ser por meio de feno e silagens. Gonçalves reforça que eles saem mais barato do que “degradar o pasto”. É uma oportunidade a mais para dar boa evolução aos animais, em cada categoria, inclusive com mineralização, até proteica, principalmente visando garantir as etapas salientadas por Fernandes. Necessário sempre ter cochos suficientes à disposição.
No período seco, caso o pecuarista tenha feito uma boa gestão das áreas de forragem, os modelos de suplementação são vários e bem difundidos.
Se o pecuarista se planejou, os insumos necessários já estão na mão. Vão de suplementos minerais de baixo consumo aos proteicos energéticos, silagens e, em último recurso, o confinamento.
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Se vai terminar, fique atento às fontes de proteína na sua região