A consultoria Agroconsult, organizadora do Rally da Safra, divulgou nessa terça-feira (15/2), a primeira revisão dos números da colheita de soja no País desde o início da expedição no início de janeiro deste ano.
A produção estimada anteriormente de 134,2 milhões de toneladas, agora, é prevista chegar a 125,8 milhões de toneladas, 8,4 milhões de toneladas menos.
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A quebra de produção da soja é fundamentada após a constatação de prejuízos causados pela estiagem em lavouras nos Estados de Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
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A diferença entre a projeção atual comparada ao seu potencial, estimado pela Agroconsult em setembro do ano passado, já ultrapassa 18 milhões de toneladas.
“Os reflexos de uma queda de safra, que estamos vendo, que supera 18 milhões de toneladas, e quando se compara com o potencial de produção dessa safra, está relacionado intimamente ao mercado. A primeira consequência é a redução de nossos estoques, que já eram muito baixos”, explica o engenheiro agrônomo André Debastiani, sócio da Agroconsult e coordenador do Rally da Safra.
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Para ele, volumes baixos de produção de soja vão refletir em menos soja esmagada este ano, o que consequentemente reduzirá a oferta de farelo de soja, um dos principais componentes da formulação de ração de bovinos em confinamento.
OUÇA 🎧 a avaliação de André Debastiani, da Agroconsult
Boa produção ao norte
Se a porção sul do País não foi favorável à soja, o mesmo não se pode dizer na porção norte, especialmente na região do Cerrado, em Mato Grosso e Goiás.
A estimativa de produção aumentou 1,6 milhão de toneladas desde o início do Rally nestes dois Estados.
Considerando a estimativa de produção nacional numa área plantada de 40,5 milhões de hectares (+4,1%), a produtividade média desta safra é projetada no momento em 51,7 sacas por hectare (-12,7%) – a mais baixa desde a temporada 2015/2016.
“É importante considerar que esses números podem mudar até o fim da safra. A safra no Sul ainda precisa de chuva até meados de março, caso contrário os resultados podem piorar – por outro lado a produtividade pode surpreender positivamente nas áreas mais tardias do Centro-Oeste e Matobipa”, avalia Debastiani.
Milho
As perspectivas para a segunda safra de milho são positivas, em função do bom calendário de plantio no Centro Oeste.
Ressalta-se, porém, a contínua preocupação com as previsões de falta de chuva no Paraná e Mato Grosso do Sul em abril, período crítico de definição das produtividades.
A projeção para esta temporada é de área plantada 7% maior do que na safra anterior, chegando a 15,7 milhões de hectares.
Segundo Debastiani, a expansão poderia ser ainda maior, não fossem os gargalos na oferta de insumos. A estimativa de produção é de 92,2 milhões de toneladas, 51,3% acima da safra passada.
A avaliação desses números deve começar em 15 de maio, com seis equipes do Rally que deverão passar pelas porções oeste e médio-norte de Mato Grosso.
Outras duas avaliarão lavouras no sudeste de Mato Grosso, norte de Mato Grosso do Sul e na região sudoeste de Goiás.
As últimas equipes visitarão áreas no sul de Mato Grosso do Sul e oeste do Paraná. Ao todo deverão ser percorridos cerca de 80 mil quilômetros no Rally da Safra deste ano, passando por 11 Estados.
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