As vacas de março

CONFIRA a análise do médico veterinário Hyberville Neto, consultor e diretor da HN AGRO, sobre as vacas e novilhas que devem chegar ao mercado em 2023

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Por Hyberville Neto – consultor e diretor da HN AGRO

Com o aumento da oferta de bezerros e a pressão sobre as cotações e resultados, a tendência é que mais fêmeas sejam enviadas para o gancho, como já foi observado em 2022. Falamos disso na última análise desta coluna (CONFIRA AQUI).

Hoje vamos tratar de quando essas vacas e novilhas devem chegar ao mercado.

Como as fêmeas são menos destinadas ao confinamento, sua oferta é mais relacionada à disponibilidade de pastagem que a de machos.

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Com isso, se distribuirmos os abates de fêmeas ao longo do ano (média de 2011 a 2021), 53,6% das fêmeas foram abatidas até junho de cada ano, com 46,4% indo para o gancho no segundo semestre. Usamos o intervalo até 2021, pois é o último ano para o qual o IBGE possui dados fechados de abate até dezembro.

Com o mesmo raciocínio feito para machos, temos 46,2% do total anual abatido no primeiro semestre e 53,8% na segunda metade do ano.

Veja na figura 1 as distribuições médias dos abates entre o primeiro e o segundo semestre, por categoria.

 

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Figura 1. Participação dos abates entre os semestres (% do abate anual da categoria). Obs.: machos = bois + novilhos / fêmeas = vacas + novilhas. Fonte: IBGE / HN AGRO

Perceba que, embora a primeira metade do ano seja conhecida como a safra, os abates do segundo semestre são maiores, na média (50,9%). Vacas e novilhas, mais concentradas na primeira metade do ano e os machos (bois e novilhos) na segunda.

Com isso, a redução da rentabilidade da cria e a maior abate de fêmeas em 2023 deve impactar mais a oferta do primeiro semestre, com destaque para março e maio, que são os meses de maior venda dessas categorias, em uma média histórica. Veja a figura 2.

Figura 2. Distribuição média dos abates de machos, fêmeas e geral. Obs.: considera o quando cada mês representa no abate anual da categoria, média entre 2011 e 2021. Fonte: IBGE / HN AGRO

Em marrom está a curva de abates de fêmeas, com o maior volume anual observado em março (9,4% do total anual), seguido por maio (9,1%). Em março, após os diagnósticos de gestação e alguns meses de pasto verde, aumenta o descarte.

Em maio, com a chegada da seca, ocorre mais um acréscimo da oferta de fêmeas, que se soma ao crescimento dos abates de machos. Os machos, no entanto, são mais frequentemente destinados a sistemas intensivos (confinamento e semi), que entram no período seco, por isso, seguem com oferta crescente, com o pico observado em outubro (9,5% do abate anual de machos).

Expectativas

Do lado da demanda, temos inúmeras questões relacionadas ao cenário fiscal, que pode impactar a inflação, juros e câmbio, que, por sua vez vão influenciar consumo doméstico e exportações.

Quanto ao aumento da oferta, frente a 2022, ele deve ser mais relevante no primeiro semestre, com as fêmeas.

Para o segundo semestre, a oferta será influenciada pela viabilidade do confinamento nos próximos meses. Isso será definido pelo patamar de preços dos grãos (no momento de olho na safra Argentina e no câmbio), além de preços da reposição e futuros.

Como estamos em um momento de chegada de mais oferta, talvez a reposição seja o ponto mais confortável da equação. Os preços futuros no primeiro semestre são um item de atenção, porque podem, frente à oferta maior nos próximos meses, afetar a projeção de resultados e, consequentemente, a intenção de confinamento. Vamos acompanhar.

Você gostou desta coluna? Tem alguma sugestão ou informação nova?  Por favor, me escreva no e-mail hyberville@hnagro.com.br.

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