
Para melhorar a cadeia produtiva de bovinos a partir de práticas ambientais, nasceu o projeto Bovinocultura Sustentável. O trabalho, que foi implantado pelo zootecnista Fernando Coelho em 2003, já coleciona diversos cases de sucesso de produtores assistidos pela Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater).
É o caso da Fazenda Redentor, localizada na cidade de Goiás, que foi transformada e atualmente é um modelo economicamente sustentável.
A propriedade é assistida há quase cinco anos pela equipe de técnicos da agência e passou por diversas etapas, já que o trabalho alcança seus primeiros resultados em médio e longo prazo.
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Segundo o zootecnista Fernando Coelho, “o projeto Bovinocultura Sustentável nasceu para mudar o conceito e levar ao campo uma maneira simples, revolucionária e sustentável de produção de leite ou carne, dentro dos princípios, econômico, ambiental e social, através da estruturação do solo, da forrageira, respeitando o ponto vegetativo ideal da gramínea com um manejo correto, para aumentar a produção e produtividade, sem praticamente exigir investimentos e sim conhecimento do processo produtivo”, ressalta.
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De acordo com o proprietário Ricardo Soares, a assistência técnica recebida pelos profissionais foi fundamental.
“Assumimos a propriedade sem nenhum conhecimento sobre pecuária e por isso buscamos a ajuda da Emater que nos orientou sobre diversas questões como análise do solo, recuperação de pastagem, manejo baseado nos princípios de ponto vegetativo ideal da forrageira, da época do ano e da categoria animal, além da introdução de novas tecnologias, respeito ao meio ambiente, o que trouxe resultados significativos, transformando nossa fazenda em um negócio lucrativo”, afirma Ricardo.
Os dados revelam que a propriedade saltou de 318 animais para 761 e o índice de natalidade de 55% para 76%, no período de novembro de 2019 a maio de 2024. Além disso, o número de U.A/hectare teve um aumento 135%, saindo de 0,89 para 2,09 U.A/hectare.
Outro dado importante que foi levantado é sobre o peso da desmama dos bezerros que, em 2019, era de 163 kg/PV e, em 2024, 220 kg/PV.
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Além disso, o zootecnista Fernando Coelho enumera outras vantagens do projeto Bovinocultura Sustentável, que foi implantado na Fazenda Redentor.
“Não usamos calcário e nem adubação com NPK ou outra fonte de reposição de nutrientes e sim um manejo correto de pastagem observando ponto vegetativo ideal, sistema radicular, categoria animal e época do ano”, enfatiza.
Para aumentar a produtividade dos pecuaristas, a assistência técnica da Emater também inclui o planejamento de todas as atividades realizadas na propriedade para melhorar a gestão do negócio.
“Reforçando o conceito de empresa rural, com escrituração financeira e contábil, por meio do acompanhamento dos índices zootécnicos, com análise rotineira dos dados e planilhas de resultados”, destaca o zootecnista.
O presidente da Emater Goiás, Rafael Gouveia, reforça que o trabalho realizado pelos técnicos junto aos pecuaristas que fazem parte do projeto de Bovinocultura Sustentável tem gerado grandes resultados.
“Nosso objetivo é apresentar soluções sustentáveis para as propriedades sem que o produtor tenha que fazer grandes investimentos, mas a partir de mudanças na forma de agir e gerir, por meio do conhecimento técnico dos nossos especialistas”, ressalta Rafael Gouveia, em nota.
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A assistência técnica oferecida por meio do projeto é realizada de forma gratuita, e grande parte das mudanças sugeridas não dependem de orçamento financeiro. “Nosso objetivo é que o produtor não gaste com pastagem, e com a recuperação do solo e tenha uma pastagem ecologicamente correta durante todo o ano, independente da estação ou períodos de seca ou chuvas”, afirma a coordenadora da regional Rio Vermelho, Esmeralda Arcanjo.
“A Fazenda Redentor é um grande modelo do projeto e, após todas as adequações realizadas, hoje é um negócio economicamente sustentável, com uma vegetação rica para a alimentação dos animais, capacidade de manter até 2 UAs (unidade animal) por hectare, muito diferente da realidade quando estivemos aqui pela primeira vez em 2019”, relembra Esmeralda.
Fonte: Ascom Emater-GO / Governo de Goiás