Atenção pecuaristas! O farelo de soja pode sofrer ainda mais reajustes de preço – e os valores são para cima – daqui para frente. É o que acredita o engenheiro agrônomo André Pessôa, analista de mercado e sócio-diretor da Agroconsult, organizadora do Rally da Safra.
No encerramento da fase de avaliação da soja da expedição, anunciada pela consultoria paulista no início da tarde de quinta-feira, 14/3, a estimativa é que o Brasil colha 10,6% a menos de soja nesta safra 2021/2022.
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A produção é prevista em 124,6 milhões de toneladas. São 14,8 milhões de toneladas a menos de grãos, o que pode elevar os preços de um dos insumos para a alimentação do gado, especialmente se a safra americana for prejudicada.
“Não da para falar de teto de preço para o farelo de soja. Ele está num preço muito alto, claro. As indústrias, que estão processando soja para ofertar óleo e farelo para o mercado doméstico e até mesmo para o mercado internacional, têm aumentado as suas exportações de farelo e está num momento muito bom e com boa rentabilidade. Tudo vai depender agora da safra americana. Se já estávamos num ambiente de estoques relativamente baixos de soja, com a quebra da América do Sul, essa pressão sobre os estoques fica ainda maior”, avalia Pessôa.
Segundo o levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), com referência ao Estado do Espírito Santo, o preço da tonelada do farelo de soja saltou 5,7% entre a primeira e a segunda semana de março, chegando a R$ 3.165. O salto é de 19,9% em comparação com a média de preço de R$ 2.639,57, verificada em março do ano passado.
Menos soja no Sul
A porção sul do País teve as quebras mais acentuadas na lavoura de soja em função de falta de chuva e altas temperaturas nos campos.
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A produtividade no Rio Grande do Sul caiu 56,2% em comparação com a temporada anterior, atingindo uma média de 25,4 sacas de soja por hectare, segundo o levantamento do Rally da Safra.
O Estado do Paraná vem em seguida, com uma queda de 38,7%, com 37,4 sacas por hectare. Santa Catarina teve queda de 26,6%, registrando 45,6 sacas por hectare, e em Mato Grosso do Sul, a produtividade caiu 25%, com 44 sacas de soja por hectare.
Milho com boa expectativa
Já a safrinha do milho pode ter bons sinais de produção. A avaliação preliminar do Rally da Safra é que a colheita de milho seja de 92,2 milhões de toneladas, 51,3% acima da safra passada. A projeção para esta temporada é de uma área plantada 7% maior do que na safra anterior, chegando a 15,7 milhões de hectares.
A etapa de avaliação do milho segunda safra do Rally começará em 15 de maio, com seis equipes, percorrendo o oeste, o médio-norte e o sudeste de Mato Grosso, as porções norte e sul de Mato Grosso do Sul, a região sudoeste de Goiás e o oeste do Paraná.