Em 14 dias úteis de setembro/24, o preço físico do boi gordo (indicador Cepea, praça paulista) subiu R$ 20,2/@ (ou +8,4%), saltando de R$ 239,75 (30 de agosto) para R$ 259,95 (19 de setembro).
No mesmo intervalo de comparação, a cotação futura de curto prazo (vencimento este mês) do animal terminado, negociado na bolsa B3, saltou R$ 14,55/@ (ou +5,9%), saindo de R$ 247/@ para R$ 261,55/@.
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Diante das fortes valorizações nos preços à vista mercado (“spot”) e futuros, o que esperar nesta última quinzena de setembro?
Na avaliação do zootecnista Felipe Fabbri, analista da Scot Consultoria, o mercado tende a seguir em alta no restante do mês, mesmo com a possibilidade de enfraquecimento do consumo doméstico de carne bovina, como sazonalmente ocorre na última metade do mês, devido “bolso mais vazio” dos trabalhadores brasileiros.
“Em nossa visão, mesmo com o avanço da segunda quinzena do mês, o espaço para um mercado pressionado é nulo”, ressalta Fabbri.
Segundo ele, a oferta de fêmeas – e a de bovinos terminados em pastagens, mesmo aqueles produzidos em sistemas intensivos – segue escareada Brasil afora em função do período seco e das queimadas.
Além disso, continua o analista, a demanda aquecida (nas primeiras semanas de setembro/24) e as margens operacionais, considerando os equivalentes Scot Carcaça e Desossa, seguem atrativas aos frigoríficos brasileiros, o que sustenta uma boa perspectiva para os preços do boi gordo.
“Outro ponto importante é a expectativa de retomada às chuvas no Brasil a partir na segunda quinzena deste mês e sua maior presença a partir de outubro, quadro que poderá promover ao pecuarista maior poder de negociação de boiadas em médio prazo”, relata Fabbri.
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Com o objetivo de orientar a tomada de decisões dos pecuaristas brasileiros, o analista Raphael Galo, da Terra Investimentos, levantou o histórico das movimentações do indicador do boi gordo Cepea, a saber: as médias das variações mensais em setembro dos últimos 15 anos, 10 anos e 5 anos, foram de +2,22%, +2,02% e +0,97%, respectivamente.
Galo diz que, após o quadro de valorizações ao longo deste mês, é hora do pecuarista lançar mão de mecanismos de proteção de preços (hedge) na B3.
“Após as boas altas durante a primeira quinzena, o cenário ficou ainda mais interessante para se proteger de eventuais quedas”, ressalta ele, recomendando a busca por contratos de opções PUT, uma espécie de seguro contra a baixa de preços.
Em texto publicado no relatório semanal “Boi & Companhia, da Scot Consultoria, Galo conclui o seu artigo com a seguinte frase: “Na dúvida, se prepare para o pior (queda de preços), pois, para o melhor (alta de preços) todo mundo é naturalmente preparado…”
Indicador CEPEABoi gordo(Preços à vista, SP) |
Contratos futuros/B3 |
|||||
Datas | R$/@ | Set-24 | Out-24 | Nov-24 | Dez-24 | Jan-25 |
30/8/24 |
239,75 | 247,00 | 247,00 | 253,9 | 255,80 |
256,40
|
19/8/24 | 259,95 |
261,55
|
266,90 | 272,05 |
274,35
|
276,45 |
(Fonte: Cepea/Esalq/B3. Elaboração: Portal DBO)