Nesta quarta-feira, o preço do boi gordo voltou a registrar valorizações em algumas importantes praças pecuárias do País, sob influência da oferta escassa de boiadas e do forte ritmo das exportações brasileiras de carne bovina.
No mercado interno, o escoamento dos cortes bovinos teve aparente avanço com a entrada de massa salarial de parte da população, mas o fluxo registrado ainda mostra irregularidade, de acordo com avaliação de analistas da Informa Economics FNP.
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As indústrias que atendem ao mercado interno não chegam a apresentar grandes necessidades de abates diante da morosidade do consumo doméstico, destaca a FNP. No entanto, os impactos da pandemia da Covid-19 no setor de bovinocultura de corte têm sido, de certo modo, neutralizados pela regularidade e o crescimento das vendas da carne bovina brasileira ao exterior.
“Com a forte demanda externa, principalmente a China, os frigoríficos exportadores ainda se posicionam de forma ativa nas aquisições de gado e, com o real desvalorizado frente ao dólar, conseguem pagar preços melhores por esses novos lotes, mantendo boas margens”, destaca a FNP.
Além disso, a oferta de animais prontos no País é bastante escassa, mesmo com a aproximação do inverno e, para conseguir cumprir os compromissos de abate, os negócios com boiada pronta são efetivados a valores mais altos.
No atacado de São Paulo, os cortes traseiro e dianteiro de boi registraram ajustes positivos nesta quarta-feira, também puxados pela valorização de carnes concorrentes, como suíno e frango, segundo informa a FNP.
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Giro pelas praças
No Mato Grosso do Sul, os preços subiram nesta quarta-feira em função da oferta restrita de gado terminado e da atuação ativa nas aquisições de novos lotes por parte de frigoríficos paulistas, que atendem à aquecida demanda do mercado internacional pela carne bovina brasileira.
Na região Sul do País, a baixa disponibilidade de animais prontos no mercado, mesmo com a aproximação do inverno, deu suporte para valorização da arroba nesta quarta-feira. No Rio Grande do Sul, após uma forte estiagem desde o início do ano, a umidade na região tem registrado bons níveis, dando suporte para a pastagem de inverno e retenção de animais. Os preços da boiada gorda subiram no RS.
No Paraná, as cotações também registraram fortes ajustes positivos nesta quarta-feira. Com a retomada das compras de players internacionais como Israel, os frigoríficos do Estado atuaram de forma ativa nas compras de boiada gorda para conseguir preencher as programações de abate, o que, somado à oferta restrita de gado, deu suporte para a valorização da arroba, relata a FNP.
No Pará, algumas plantas pesquisadas alegaram a saída da China nas compras de carne bovina do Estado. Com a valorização do real frente ao dólar, o país asiático tenta renegociar os valores pagos no produto brasileiro, informa a FNP. Apesar disso, a qualidade das pastagens no Estado tem dado suporte para retenção do gado nas propriedades e os pecuaristas conseguem especular preços mais altos pela arroba.
De forma semelhante, na Bahia, com o registro de chuvas nos últimos dias, houve diminuição na oferta de animais terminados no mercado, o que promoveu ajustes positivos nos valores pagos nos negócios de boiada gorda.
Confira as cotações desta quarta-feira, 3 de junho, de acordo com a FNP:
SP-Noroeste: R$ 205/@ a (prazo)
MS-Dourados: R$ 182/@ (à vista)
MS-C. Grande: R$ 184/@ (prazo)
MS-Três Lagoas: R$ 182/@ (prazo)
MT-Cáceres: R$ 176/@ (prazo)
MT-Tangará: R$ 176/@ (prazo)
MT-B. Garças: R$ 174/@ (prazo)
MT-Cuiabá: R$ 172/@ (à vista)
MT-Colíder: R$ 169/@ (à vista)
GO-Goiânia: R$ 186/@ (prazo)
GO-Sul: R$ 184/@ (prazo)
PR-Maringá: R$ 187/@ (à vista)
MG-Triângulo: R$ 194/@ (prazo)
MG-B.H.: R$ 188/@ (prazo)
BA-F. Santana: R$ 190/@ (à vista)
RS-P.Alegre: R$ 190/@ (à vista)
RS-Fronteira: R$ 188/@ (à vista)
PA-Marabá: R$ 190/@ (prazo)
PA-Redenção: R$ 188/@ (prazo)
PA-Paragominas: R$ 194/@ (prazo)
TO-Araguaína: R$ 186/@ (prazo)
TO-Gurupi: R$ 184/@ (à vista)
RO-Cacoal: R$ 177/@ (à vista)
RJ-Campos: R$ 180/@ (prazo)
MA-Açailândia: R$ 180/@ (à vista