Em novembro/24, o preço médio da carne bovina in natura brasileira exportada para a China atingiu US$ 4.731/tonelada, o maior nível desde julho/23, informa a Agrifatto.
Embora a cotação da proteína tenha subido, os importadores chineses “não estão pagando bem pela carne bovina brasileira”, afirmam os analistas da Agrifatto.
Segundo dados da consultoria, em novembro/24, a média de preço da carne brasileira importada pelos outros países-clientes foi de US$ 5.023/tonelada, o que significou uma diferença de -6,1% sobre a cotação média alcançada com as vendas para a China, de US$ 4.731/tonelada.
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Trata-se da maior diferença negativa desde novembro/21, calcula a Agrifatto, que reforça: “Os chineses se tornaram clientes (do Brasil) de volume e não de bons preços”.
Em novembro/24, as exportações brasileiras de carne bovina in natura para todos os países-clientes atingiram 228,13 mil toneladas, um recuo de 15,61% em relação ao volume recorde de outubro/24 e o menor patamar desde agosto/24, informa a Agrifatto, com base em dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
Apesar da diminuição no comparativo mensal, o volume de embarques de novembro/24 atingiu recorde histórico para esse mês, superando em 21,36% o resultado de novembro/23 (antigo recorde para um mês de novembro).
Na avaliação da Agrifatto, o principal “culpado” pela diminuição nos embarques de proteína bovina brasileira em novembro/24 foi justamente a China.
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Após comprar volumes recordes em outubro/24, o país asiático importou 123 mil toneladas do Brasil, uma baixa de 21,82% (ou 34,33 mil toneladas), o menor patamar desde agosto/24, diz a Agrifatto.
“Uma das motivações para essa redução no ímpeto de compra chinesa pode estar associada ao fato de que o preço da carne bovina exportada para o país atingiu o maior nível desde julho/23 (US$ 4.731/tonelada, em média)”, afirma a Agrifatto.
Destaques de novembro/24
Os EUA foram os “destaques positivos” de novembro/24, diz a Agrifatto, lembrando que o país da América do Norte comprou “um volume recorde mensal de 27,36 mil toneladas de carne bovina brasileira, 12,48% a mais que o registrado em outubro/24, superando o antigo recorde (dezembro/21 – 25,1 mil toneladas) em 9,07%”.
“Os norte-americanos estão lidando com uma oferta interna cada vez mais reduzida e, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a situação não deve se resolver em 2025, já que a expectativa do departamento é de que a produção recue 3,96% e atinja o menor nível desde 2016, com 11,81 milhões de toneladas produzidas”, observa a Agrifatto.
Com isso, continua a consultoria, os EUA devem continuar adquirindo cada vez mais proteína bovina brasileira, mesmo diante da tarifa de importação de 26,4% imposta após o esgotamento da cota de 65 mil toneladas que o Brasil (entre outros países) tem acesso.
Europa também brilha
Além dos EUA, a Agrifatto destaca o aumento dos embarques da proteína bovina brasileira para os europeus. O bloco da União Europeia adquiriu, em novembro/24, a maior quantidade do produto brasileiro in natura desde dezembro/21 – foram 8,18 mil toneladas, 23,67% acima do resultado registrado em outubro/24 e o maior volume dos últimos 35 meses, informa a Agrifatto.
Considerando a proteína bovina in natura e a industrializada, calcula a consultoria, foram 9,24 mil toneladas encaminhadas aos europeus durante o último mês, o que representa 3,9% do total exportado pelo Brasil nesse período.
Quando se avalia o desempenho no acumulado de janeiro a novembro de 2024, informa a Agrifatto, a União Europeia comprou 67,28 mil toneladas de carne bovina brasileira, com receita de US$ 519,85 milhões, representando 2,8% do total exportado e 4,6% do faturamento obtido.