As mudanças climáticas estão trazendo novos desafios para a produção agropecuária, em todo mundo. O cenário impõe o encontro de conhecimento e novas tecnologias capazes de superá-los. No Brasil não é diferente e pode até se configurar de forma mais dramática, em função de sua extensão territorial e diversidade de biomas.
Certo dizer que a bovinocultura de corte brasileira já enfrenta problemas, por exemplo, sanitários, como a atual infestação de carrapatos no Sul do País. De modo que a questão, então, é como fica a nutrição desses animais que trabalham para alimentar os humanos?
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Para responder, o Portal DBO traz Juliano Sabella Acedo, zootecnista, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Suplementos Minerais (Asbram) e diretor de Marketing da DSM. Para ele, o setor está “sintonizado com o problema e trabalhando ativamente”.
Portal DBO – As mudanças climáticas estão mexendo com os ambientes dos vários biomas. Até que ponto essas alterações podem mexer com o metabolismo dos animais e exigir dietas diferentes?
Juliano Sabella Acedo – Na verdade, essas alterações exigem que sejamos cada vez mais produtivos, já que serão crescentes as restrições de área, água e dos meios de produção como um todo. Logo, desses meios teremos de tirar o máximo de proveito, o que significa produzir mais com menos ou, simplificando, mais arroba de carne e litros de leite por hectare/ano. Para tanto já estamos desenvolvendo tecnologias – respostas – o que já fazíamos, precisando agora intensificar.
Portal DBO – E como o setor de nutrição animal encara esse cenário?
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Portal DBO – Como essas alterações passam a exigir mais investimentos em pesquisa por parte de empresas e instituições?
Juliano Sabella Acedo – Claro que os investimentos da indústria não podem parar. A Ciência é uma grande escada. Quando fazemos uma descoberta só estamos em um novo degrau para alcançar a descoberta seguinte. Logo a alternativa é sempre investir mais em pesquisa, em desenvolvimento de novos produtos, novas soluções, aditivos e maneiras de administrar tudo isso, e também em manejos mais aprimorados. Nesse sentido, parcerias com instituições sérias, como universidades e centros de pesquisa, são essenciais. Nós entendemos que quando o setor privado está junto da pesquisa, a evolução é maior e maios rápida, uma vez que levamos demandas mais pertinentes e imediatas, além de aporte de mais recursos para seu financiamento.
Portal DBO – Possíveis reformulações podem trazer a necessidade de reposicionar produtos no mercado? Nesse contexto, como ficam os profissionais que, hoje, dão assistência técnica nas propriedades?