O vai-e-vem da mosca-dos-chifres

CONFIRA o que está no 'Radar Sanitário' em janeiro; coluna do médico veterinário e professor Enrico Ortolani trata das rotinas no manejo dos rebanhos de corte

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Por Enrico Ortolani – Professor titular de Clínica de Ruminantes da FMVZ-USP (ortolani@usp.br)

O VAI-E-VEM DA MOSCA-DOS-CHIFRES 

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Embora a mosca-dos-chifres viva praticamente todo tempo em cima do boi, ela sai para colocar seus ovos (contendo larvas) nas fezes frescas do próprio bovino.

A temperatura alta acelera o desenvolvimento das larvas, as quais se tornarão moscas adultas mais rapidamente. Um tanto de chuva é bom para manter as fezes úmidas, porém excesso de pluviosidade desintegrará as placas de fezes e o sol matará grande parte destas larvas.

Entre 100 mm e 200 mm de chuva/mensal é o ideal para a sobrevivência destas, mas quando a chuvarada é exagerada e muito forte (o que tem aumentado com as mudanças climáticas) a morte das larvas é enorme.

Assim, as chuvas mais fortes em novembro e dezembro levaram a diminuição do ataque de moscas-dos-chifres, principalmente no final deste último mês, nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Paraná e Goiás.

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A infestação de moscas no norte de Tocantins e na parte oeste do Maranhão, que estava muita alta no mês de novembro, deu uma trégua, em especial no último estado citado, mas ainda é grande em Tocantins, que choveu menos. Com o passar dos anos grande parte dos mosquicidas têm perdido muito a eficácia no combate da mosca-dos-chifres, o que torna complicado o controle da mesma!

FOCOS DE RAIVA BOVINA EM SP

Apenas São Paulo, dos 9 estados consultados (RS; MG; MT; RO; AC; PI; GO e PB) confirmaram casos de raiva bovina nos últimos 30 dias. Em São Paulo, os focos de raiva bovina, foram confirmados nos seguintes municípios: Quintana, Santana do Parnaíba, Salesópolis, São João da Boa Vista e Mairinque (CDA-SP).

O técnico responsável pelo programa estadual, Dr. Guilherme Shin Iwamoto Haga, comentou que além da confirmação laboratorial da doença, foram capturados, tratados com pasta vampiricida e soltos morcegos hematófagos nesses municípios citados.

Morcego capturado, tratado e depois solto.

Quando os morcegos voltam para seus abrigos estima-se que para cada um tratado com a pasta morram outros 20 alados, após outros morcegos lamberam a pasta anticoagulante aplicado no corpo do medicado. O técnico ainda recomenda a vacinação contra raiva bovina de todos os animais dos rebanhos destes municípios, sugerindo a revacinação após 30 dias.

INDEA-MT FAZ BALANÇO ANUAL DA RAIVA BOVINA

Embora não tenha ocorrido focos de raiva bovina no MT em dezembro, o INDEA fez um balanço anual dos focos suspeitos de raiva bovina. Dos 145 focos suspeitos de raiva, foram confirmados 43 deles, sendo 37 em municípios do cerrado, 4 na região amazônica e 2 nas áreas do Pantanal mato-grossense.

Mapa dos locais de focos de raiva no MT.

Segundo o Dr. Felipe Peixoto de Arruda, as moradias dos morcegos no cerrado se concentravam em cavernas naturais, casas, poços e cisternas abandonados e embaixo de pontes; no pantanal em troncos ocos de árvores e na região amazônica em grutas naturais.

Nessas áreas e em rebanhos que se constataram mordeduras de morcegos a equipe do INDEA capturou morcegos para controle populacional, além da vacinação obrigatória contra raiva nos rebanhos da região. Dois casos suspeitos de raiva foram diagnosticados como polioencefalomalácea e como encefalite por herpesvirus 5.

RAIVA EM ANTA, EM SP

Terminamos a coluna, com uma notícia curiosa. A equipe da CDA-SP confirmou o diagnóstico de raiva em uma anta adulta, criada em um centro ambiental de preservação, no município de Itu, a 110 km da capital.

Antes de morrer a anta apresentou andar cambaleante, salivação, queda e movimentos de pedalagem das pernas, muito indicativo da chamada raiva paralítica, transmitida por morcegos hematófagos. A tipificação posterior do vírus confirmou ser este transmitido por morcegos. Recomendou-se a vacinação contra raiva de todos os mamíferos desse centro.

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Você gostou desta coluna? Tem alguma sugestão ou informação nova?  Por favor, me escreva no e-mail ortolani@usp.br.

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