Saber manejar as pastagens e suplementar adequadamente as várias categorias bovinas é o suficiente. Contudo, os produtores devem estar atentos a determinadas circunstâncias e ter consciência do que acontece com o rebanho nesse período.
Quem chama a atenção é Lucas Barbosa Kondratovich, zootecnista, mestre em nutrição ruminal e consultor técnico da Connan Nutrição Animal.
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O especialista analisa que os ganhos de desempenho do gado com uma transição correta só trarão benefícios e lucro.
OUÇA o comentário de Lucas Barbosa
1. Qualidade de água – Deve-se priorizar a limpeza de bebedouros na frequência necessária. Para cada lote, ter água limpa e à vontade é fundamental para estimular o consumo de alimentos e manter a saúde do rebanho.
É preciso evitar o fornecimento do mineral em cacimbas, onde ocorrerá excesso de acúmulo de matéria orgânica e decorrente proliferação de bactérias, principalmente no período em questão, quando começa a chover.
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2. Crescimento do capim – É importante não deixar o gado espalhado pelos piquetes da fazenda. Cuidar do manejo das pastagens em geral, nesse momento, é importante para restabelecer o estande forrageiro.
Ter cuidado com a estrutura de formação do pasto no início das chuvas é importantíssimo. Evitando que ele fique rapado demais se mantém o respeito ao tempo necessário para que suas plantas evoluam e voltem a produzir satisfatoriamente.
Piquetes com superpastejo também produzem o rebrote rápido com folhas tenras e de alta digestibilidade, ocasionando alta taxa de pastagem. Porém, isso pode prejudicar o desempenho dos animais.
O ideal é roçar o pasto com muita sobra de talos, ajudando a recompor o estande das plantas mais rapidamente e com maior qualidade nutricional. É comum sobrar talos de panicum e andropogon durante a seca, mas eles vão apresentar dificuldades de rebrote e ajuste posterior na altura de manejo.
3. Transição dos suplementos – Lotes recebendo suplementação com ureia merecem atenção quando se iniciam as chuvas. Recomenda-se a drenagem dos cochos por meio de furos nas laterais para evitar o empossamento de água e, consequentemente, casos de intoxicação.
A transição para a suplementação adequada ao período deve se dar, preferencialmente, de forma gradual, misturando os dois suplementos durante uma semana e, somente após, aquele indicado à estação.
Mas se a logística não permitir, o ideal é realizar a troca no início das águas, lembrando de preservar o espaçamento de cochos necessário para atender todo o rebanho, na média 40cm por cabeça.
O uso de suplementação aditivada nessa época é vantajoso para maior aproveitamento das pastagens e aumento do desempenho. É comum que haja redução no consumo de suplementos no início das chuvas devido à preferência do gado por consumir os brotos de capim.
4. Ilusão de desempenho – É comum ver os animais ganhando muito peso nessa fase de transição, mesmo com suplementos de menor consumo. Esse ganho é chamado de “ganho compensatório”.
Contudo, trata-se de um ganho de peso correspondente ao aumento de vísceras e do conteúdo gastrointestinal de animais que sofreram restrição alimentar na seca. Eles passaram por consequente redução de metabolismo e de volume de suas vísceras, para economia de energia e sobrevivência em ambiente com baixa oferta de nutrientes.
Assim, no período chuvoso pode-se realizar um manejo de condicionamento com o uso de suplemento de consumo superior ou no mínimo igual para que haja recuperação metabólica e retorno do tamanho das vísceras ao porte de normalidade.
Dessa forma, a recuperação dos animais é acelerada e eles conseguirão aproveitar ao máximo a pastagem na época das chuvas, quando ela se apresenta com melhor condição nutricional.
5. Controle sanitário de ectoparasitas – Com a chegada das chuvas, o ambiente fica mais propício a infestação por carrapatos, bernes e moscas que podem comprometer o desempenho dos animais. Raças de origem europeia merecem cuidados redobrados. Realizar um controle estratégico é importante para manter os bons ganhos do período.
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