Enquanto diversos frigoríficos optaram por se manter ausentes das negociações, as indústrias que permanecem ativas no mercado exerceram pressão negativa sobre os valores da arroba do boi gordo, comprando animais de modo compassado, privilegiando as cotações de balcão e os contratos a termo, informa a Agrifatto.
“Apesar da intensa pressão baixista, nesta quarta-feira (21) todas as 17 regiões monitoradas mantiveram cotações laterais”, relata a consultoria, que acompanha diariamente o setor pecuário.
Segundo apuração da Agrifatto, o preço médio da arroba do boi gordo em São Paulo ficou estável em R$ 235 nesta quarta-feira. Nas demais 16 regiões, a cotação média continuou em R$ 219/@ (veja tabela ao final deste texto).
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Segundo levantamento da Scot Consultoria, a cotação da arroba da vaca gorda caiu R$ 2 nesta quarta-feira, negociada agora em R$ 208/@ (prazo, no prazo).
Para as demais categorias, os preços da arroba ficaram estáveis na comparação diária, com o boi gordo valendo R$ 235/@ e novilha gorda cotada em R$ 230/@ (valores brutos e a prazo, praça de São Paulo).
“O mercado paulista está com boa oferta de bovinos, mas o consumo doméstico de carne segue devagar”, observa a Scot Consultoria. Apesar da oferta de machos, as fêmeas representam a maior parte dos abates, acrescenta a consultoria.
Pelos dados da Scot, o “boi-China” está sendo negociado em R$ 240/@ no mercado paulista, com ágio de R$ 5/@ sobre o boi gordo “comum”.
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Na B3, na terça-feira (20/2), todos os contratos futuros apresentaram ajustes positivos, informa a Agrifatto. O contrato com vencimento para março de 2024 encerrou o pregão em R$ 235,30/@, registrando uma valorização de 1,03% em comparação ao dia anterior.
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Atacado/varejo – Nos primeiros três dias desta semana, as vendas de carne bovina nos balcões do varejo se situaram como fracas, enquanto as distribuições do atacado também foram consideradas inexpressivas, observa a Agrifatto.
“Nesta quarta-feira, há uma quantidade significativa de produtos embarcados nos frigoríficos sem vendas definidas, e outro tanto paralisados nos pontos de distribuição sem previsão de descarga”, informa a consultoria.
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Além disso, as devoluções parciais por problemas de qualidade aumentaram, assim como os retornos totais, principalmente de carne “velha”, acrescenta a Agrifatto.
A acentuada diminuição na demanda e o alto estoque de carne desossada afetaram o escoamento de carne com ossos destinada à industrialização, relatam os analistas.
“Isso resultou em uma superoferta de bois inteiros e vacas por conta da restrição nas compras dessas matérias-primas pelas unidades processadoras de desossa”, afirma a Agrifatto.
Hoje, em meio a uma completa estagnação, há oferta de todos os tipos de produtos com ossos, mas não há demanda por nenhum deles, contam os analistas que acompanham o setor.
“O mercado atacadista continua considerando a possibilidade de ajustes negativos nas cotações de todas as mercadorias com ossos, seja para consumo ou industrialização”, relata a Agrifatto.
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Alguns negócios pontuais de bois inteiros e vacas já foram concretizados por cotações inferiores às da semana anterior. Porém, diz a Agrifatto, devido ao baixo volume, esses preços ainda não se estabeleceram como referência, observa a consultoria, que acrescenta: “Alterações negativas, que certamente ocorrerão durante as negociações, serão corrigidas e atualizadas em nosso próximo informativo”.
Preços dos animais terminados apurados pela Agrifatto nesta quarta-feira (21/2):
São Paulo — O “boi comum” vale R$225,00 a arroba. O “boi China”, R$245,00. Média de R$235,00. Vaca a R$210,00. Novilha a R$225,00. Escalas de abates de dez dias;
Minas Gerais — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China”, R$230,00. Média de R$220,00. Vaca a R$200,00. Novilha a R$210,00. Escalas de abate de oito dias;
Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$220,00 a arroba. O “boi China”, R$230,00. Média de R$225,00. Vaca a R$205,00. Novilha a R$210,00. Escalas de abate de nove dias;
Mato Grosso — O “boi comum” vale R$205,00 a arroba. O “boi China”, R$215,00. Média de R$210,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$195,00. Escalas de abate de nove dias;
Tocantins — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China”, R$220,00. Média de R$215,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$195,00. Escalas de abate de oito dias; Pará — O “boi comum” vale R$205,00 a arroba. O “boi China”, R$215,00. Média de R$210,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$195,00. Escalas de abate de dez dias;
Goiás — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China/Europa”, R$230,00. Média de R$220,00. Vaca a R$200,00. Novilha a R$210,00. Escalas de abate de onze dias;
Rondônia — O boi vale R$200,00 a arroba. Vaca a R$185,00. Novilha a R$190,00. Escalas de abate de onze dias;
Maranhão — O boi vale R$205,00 por arroba. Vaca a R$190,00. Novilha a R$195,00. Escalas de abate de catorze doze dias;
Paraná — O boi vale R$225,00 por arroba. Vaca a R$205,00. Novilha a R$210,00. Escalas de abate de nove dias.
Preços da arroba em 21/2, de acordo com Indicador diário da Scot Consultoria (R$/@)
SP Barretos – 233,84
SP Araçatuba – 233,84
MG Triângulo – 227,56
MG BH – 213,66
MG Norte – 220,00
MG Sul – 213,00
GO Goiânia – 216,53
GO Região Sul – 217,79
MS Dourados – 224,20
MS C. Grande – 225,50
MS Três Lagoas – 220,00
BA Sul – 228,61
BA Oeste – 229,65
MT Norte – 209,27
MT Sudoeste – 208,45
MT Cuiabá* – 213,65
MT Sudeste – 212,87
PA Marabá – 210,53
PA Redenção – 206,13
PA Paragominas – 206,10
RO Sudeste – 197,91
TO Sul – 208,63
TO Norte – 212,04
*Região de Cuiabá, inclui Rondonópolis