Fausto Pereira Lima, diante da Esalq | A homenagem e o legado

A Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz celebrou os 70 anos de sua turma de 1954, com homenagem ao engenheiro agrônomo Fausto Pereira Lima; ASSISTA ao vídeo!

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Diante da Esalq, Dr. Fausto com as filhas Maria Teresa e Maria Lúcia, a esposa Cecília e o filho Luís Otávio.

Com o salão nobre superlotado de agrônomos, a Esalq – Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, celebrou no sábado, 12 de outubro, os aniversários de várias de suas turmas mais antigas, com destaque para os 70 anos de sua turma de 1954, com homenagem a quatro representantes do grupo, entre eles o Dr. Fausto Pereira Lima. A cerimônia reuniu mais de 2 mil pessoas, incluindo 1.080 agrônomos, parte deles comemorando o cinquentenário de formatura.

Dr. Fausto, que foi acompanhado ao palco pela filha Maria Lúcia Pereira Lima, também agrônoma, lembra que já na Esalq, em 1951, acompanhou pela primeira vez uma Prova de Ganho de Peso das tantas outras que depois foram feitas no seu tempo no Instituto de Zootecnia de Sertãozinho. E conta que naquela de 1951, o Gir, que era a mais valorizada raça zebuína brasileira, simplesmente ficou em último lugar no ganho de peso.

Em depoimento em frente à Esalq, após a homenagem, Dr. Fausto, abraçado à estátua de Luiz de Queiroz, também faz sua própria homenagem ao fundador da Escola.

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Dr. Fausto: O seu legado (Parte 2)

Por Maria Lúcia Pereira Lima

Além de pesquisador no Instituto de Zootecnia, o Dr. Fausto trabalhou em fazendas e foi consultor. Um de seus trabalhos de grande sucesso foi na assessoria a Dona Neuza Consoni Guimarães na formação de fazendas e ampliação do plantel de gado de corte e seleção nas propriedades de Goiás.

No início da década de 70,  Luiz Humberto Guimarães procurou o Dr. Fausto para assessorá-lo na comprar de um touro Nelore, quando adquiriu Hercúleo de Santa Cecília, um touro importante que se tornou  grande vendedor de sêmen da antiga central Lagoa da Serra, em Sertãozinho SP.

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D. Neuza e Luís Humberto eram um casal jovem e amigo, tinham gado PO, eram empreendedores no meio rural e entusiastas da pecuária. O plano era ampliar os negócios quando D. Neuza perdeu o marido em viagem aérea. Diante do ocorrido, D. Neuza perguntou ao Dr. Fausto se ele teria condições de ajudá-la com as fazendas.

Ele pediu afastamento de seu trabalho de pesquisa em Sertãozinho, e começou a trabalhar com ela numa época de franca expansão das fronteiras agrícolas e um governo que queria acabar com invasões de terra, acabar com o latifúndio improdutivo e transformar o país numa potência agropecuária oferecendo recursos financeiros com 12 anos de prazo. Dona Neuza aproveitou esta oportunidade e estes recursos para plantar as suas áreas improdutivas e adquirir mais um pouco de terra de pastagem, para poder alimentar o gado já existente e aumenta-lo.

Esse trabalho começou em 1974 iniciando com vistoria às fazendas, localizadas em São Simão e Paranaiguara, GO. Ele recebeu todo o gado e tropa e também a vacada registrada, além de conhecer funcionários antigos como o Sr. Valdemar, o Sr. Genésio que cuidava da vacada registrada, entre outros.

Logo no primeiro dia quando o Dr. Fausto foi conhecer uma fazenda e andar pelos pastos, pediu ao Sr. Genésio um cavalo manso. Muito respeitoso, O Sr. Genésio pegou o cavalo mais mansinho, mas era trotão. Depois de várias horas andando pelos pastos, o Dr. Fausto naquele cavalo ruim, não tirava o olho do cavalo bom de sela do funcionário, até que pediu: “O Genésio, troca de cavalo comigo, vai, aqui tá muito duro, me empresta o seu que tem a toada boa”. Eles riram, o Sr. Genésio trocou de cavalo e ainda contou que tinha vários animais bons de sela, mas que aquele era o mais manso de todos. A tropa realmente era muito boa de sela e não houve mais problema com cavalo trotão.

Nos meses e anos que sucederam os pastos foram reformados, áreas foram abertas e plantadas e muito gado foi comprado para povoar as fazendas.

Este trabalho aconteceu num período em que os preços eram completamente diferentes dos de hoje. Por exemplo: a região de Anápolis em GO era a melhor região para compra de garrotes uma vez que o dinheiro da venda de um boi gordo vendido em Barretos, SP, comprava-se de 4 a 5 garrotes. Assim foi fácil aumentar o plantel e povoar os pastos.

Um dia eles estavam comprando garrotes numa fazenda perto da cidade de Goiás, GO, e na apartação o Dr. Fausto descartou um animal grande, aparentemente bom. Logo perguntaram porque o descarte? Ele respondeu que o animal era cego, tinha notado que caminhava com a cabeça apoiada na anca de outro boi, o tempo todo usando-o como guia. “Por que ele é cego?” A D. Neusa perguntou. O Dr. Fausto respondeu que poderia ter nascido assim ou algum urubu bicou os olhos quando era recém-nascido e ele sobreviveu sendo bem cuidado, provavelmente teve uma mãe amorosa que o alimentou bem e depois o manejo da fazenda e o envolvimento com outros permitiu que ele se desenvolvesse bem. Animais assim tem a audição e olfato muito desenvolvidos e não são adequados para viajar, seja por terra ou por caminhão. O ideal é que permaneçam na fazenda para ser engordado junto com outros que conviveu e quando forem para o frigorífico devam viajar com o mesmo grupo de animais que esteja acostumado.

Dos 4 mil bois de engorda que o Dr. Fausto havia recebido no início, conseguiu aumentar o plantel para 15 mil bois gordos e garrotes, alimentados na fazenda, em pastos alugados e em parcerias após 5 anos de serviço. As vacas registradas também aumentaram significativamente, e também aumentou a venda de tourinhos. Eles conseguiram vencer campeonatos nas exposições por onde compareciam com o gado e participaram de leilões em vários estados brasileiros.

O melhor disso tudo foi a amizade que ficou com os cinco filhos: a Crista (Cristina), a Elza, a Nana (Ana Luiza) o Beto Guimarães (Luiz Humberto) e a Silvia, dando sequência aos trabalhos com as fazendas, que com o passar do tempo, foram sendo adequados para a realidade econômica de cada década que sucedeu.

O Beto Guimarães continua selecionando o Nelore PO da Fazenda da Laçada, que ficou um gado grande, fértil e dócil, além de muito adaptado ao nosso país.

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