Mesmo diante do forte encarecimento dos componentes da ração, sobretudo do milho, estimativas apontam para percentuais até 8% maiores em relação a 2020
Por Denis Cardoso
Os analistas consultados por DBO têm opiniões convergentes em relação ao comportamento da atividade de confinamento ao longo de 2021: no geral, somando os resultados do primeiro e do segundo giros da engorda intensiva, a quantidade de animais levados aos cochos vai crescer no Brasil em relação ao resultado do ano passado, mesmo diante de um cenário de forte encarecimento dos componentes da ração – sobretudo do milho – e da disparada nos preços do boi magro e demais categorias de reposição.
“Embora os custos de produção tenham subido muito durante o ano, os valores da arroba do boi gordo seguem em patamares bastante elevados, condição suficiente para garantir alguma margem de lucro aos confinadores”, resume o zootecnista Marcos Baruselli, gerente da DSM, multinacional de origem holandesa e detentora da marca Tortuga.
VEJA TAMBÉM | Carbono entra na pauta do confinamento
Baruselli estima que a atividade de engorda em cocho alcançará algo próximo a 6,5 milhões de cabeças este ano, o que significará aumento de 5% em relação ao número recorde de animais confinados em 2020, de 6,2 milhões de cabeças, de acordo com dados fechados do Censo DSM de Confinamento 2020.
A Scot Consultoria, de Bebedouro, SP, prevê uma taxa de crescimento de 8% no confinamento deste ano, alcançando 4,93 milhões de cabeças, ante o resultado de 4,57 milhões de bovinos de 2020.
A consultoria Agrifatto, com sede na capital paulista, projeta um aumento anual mais modesto da engorda intensiva – perto de 1% –, atingindo 6,1 milhões de cabeças em 2021, frente a um total de 6,05 milhões de bovinos registrado no ano passado.
Essa estimativa mais conservadora da Agrifatto leva em conta um quadro mais pessimista do mercado pecuário observado nos últimos meses (junho/julho), marcado pela confirmação de quebra da safrinha brasileira do milho, o que potencializou a tendência de alta nos preços internos do grão, e também pelo enfraquecimento das cotações futuras do boi gordo na bolsa B3, de São Paulo.