O anúncio oficial da Administração Geral de Alfândegas da China (GACC, na sigla em inglês), liberando nessa terça-feira, 23/11, a entrada das cargas de carnes bovinas brasileiras, enviadas antes do dia 4 de setembro, expõe uma difícil questão: como deve ser paga a conta dos exatos 80 dias de cargas paralisadas?
Estima-se que cerca de 100 mil toneladas de carne bovina ficaram represadas na região portuária da China ou em portos vizinhos ao país, desde que foram suspensas as negociações após o episódio da confirmação de dois bovinos com o mal atípico da vaca louca.
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O Portal DBO ouviu dois analistas de mercado sobre essa questão: Leandro Bovo, médico veterinário e sócio-diretor da Radar Investimentos; e Lygia Pimentel, médica veterinária, economista e CEO da consultoria Agrifatto.
OUÇA 🎧 a avaliação dos especialistas:
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Leandro Bovo, da Radar Investimentos
Lygia Pimentel, da Agrifatto
O que foi para a China até agora?
O acumulado das exportações brasileiras de carne bovina para o maior país asiático este ano, e que veio se tornar o maior comprador da carne brasileira, está em 716,43 mil de toneladas de janeiro a outubro, o que significou uma receita de US$ 3,86 bilhões, segundo a plataforma de estatística de comércio exterior AgroStat, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Justamente no mês de setembro que foi registrado o maior volume mensal já exportado para a China: 112,1 mil toneladas, o que gerou uma receita de US$ 687 milhões. Outubro encerrou com 8,2 mil toneladas e US$ 50,8 milhões de receitas.