Em conversa com Carolina Rodrigues, o Prof. Pietro Baruselli fala dos impactos que essa tecnologia já causou e ainda vai proporcionar à pecuária nacional. Em 19 anos, passamos de 100 mil para 25 milhões de sincronizações de cio.
Por Carolina Rodrigues
Quando Pietro Sampaio Baruselli ligou a câmera de seu computador para falar com DBO, na sala que ocupa no prédio da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (FMVZ/USP), na capital paulista, ele havia saído de uma longa sequência de aulas e se preparava para avaliar a tese de uma de suas alunas do pós-doutorado para a banca que ocorreria na manhã do dia seguinte, às 8 horas.
Vale dizer que no dia anterior Baruselli desembarcou no Brasil vindo da Colômbia, sua primeira viagem internacional pós-pandemia e uma das três marcadas para 2021. Os próximos destinos serão Paraguai e Estados Unidos para fazer apresentações e discutir tecnologias ligadas ao setor, rotina que mantém ao longo de 30 anos.
Responsável pelo Departamento de Reprodução Animal da FMVZ/USP, coordenador do Congresso Mundial de Reprodução Animal e também do Simpósio Internacional de Reprodução Animal Aplicada (SIRAA), Baruselli é um dos maiores especialistas mundiais na área. Formou-se em medicina veterinária pela Universidade de Mato Grosso do Sul em 1985 e optou pela reprodução animal no ano seguinte, com sua primeira especialização pela Universidade de Turim, na Itália.
Entre 1992 e 1997, fez mestrado, doutorado e pós-doutorado pela Universidade de São Paulo, período em que aprofundou conhecimentos na otimização da reprodução programada ou reprodução assistida, ajudando a difundir esse conceito no Brasil, no final da mesma década.
Foi ele quem conduziu as primeiras pesquisas sobre IATF (Inseminação Artificial em Tempo Fixo) no início dos anos 2000, com destaque para dois estudos, que ajudaram a lançar efetivamente essa ferramenta no mercado. No primeiro deles, comparou a eficiência reprodutiva da tecnologia em relação à detecção de cio (prática muito utilizada na época) e depois em relação à monta natural, um manejo reprodutivo ainda presente na maioria das fazendas brasileiras.
Nos últimos anos, dedicou-se a diferentes trabalhos para avaliar os impactos econômicos da reprodução assistida, pesquisa hoje direcionada para questões mais atuais.
Recentemente, Baruselli e sua equipe apresentaram dados de um estudo inédito associando reprodução à sustentabilidade para melhor otimização da área ocupada pela cria no Brasil, setor muitas vezes negligenciado, segundo ele. Em entrevista à repórter Carolina Rodrigues, Baruselli traça um panorama sobre a cria e fala sobre as modernas biotecnologias de reprodução à disposição do produtor. Confira!
VEJA TAMBÉM:
+Vermífugo na hora da IATF aumenta a taxa de prenhez
+Pós-parto: qual o melhor momento para a IATF?
+Novo protocolo de IATF eleva prenhez de vacas magras
+Quer ter bezerro no pasto? Planeje a IATF