Enquanto a entrada de sêmen no Brasil sofre queda acentuada nos últimos anos, a importação de reprodutores é vista como uma forma segura de garantir a produção
Por Larissa Viera
A expressão popular “um homem prevenido vale por dois” nunca fez tanto sentido como agora para as empresas de genética bovina do Brasil. Nos últimos anos, várias centrais de inseminação decidiram investir na importação de touros para terem mais controle sobre a produção de material genético. Na atual conjuntura, com o dólar atingindo uma das maiores cotações dos últimos quatro anos, quem apostou nessa estratégia está conseguindo um menor custo de produção por dose.
“Considerando-se o câmbio atual [dólar a R$ 5,69, no dia 2 de julho], uma dose importada não chegaria ao Brasil por menos de R$ 16. Já seu preço médio de venda no mercado nacional oscilaria de R$18 a R$ 20”, diz Sérgio Saud, diretor executivo da Genex Brasil.
Foi justamente para fugir da variação cambial e do custo maior de produção que a empresa decidiu importar 45 touros das raças Angus e Holandês, entre os anos de 2019 e 2022. Na época, outro fator que contribuiu para a decisão foi a dificuldade em importar sêmen de Angus por conta do aumento da demanda mundial pelo produto, inclusive no Brasil, que vivia um boom do cruzamento industrial.