Antônio Chaker – Zootecnista e coordenador do Instituto de Métricas Agropecuárias (Inttegra)
No último mês, encontrei três pecuaristas em uma cafeteria no saguão do aeroporto de Campinas. Ao ouvir a conversa sobre raça, ganho de peso e mercado, percebi que estavam falando de assuntos que me interessavam. Aproximei-me e fui convidado a me juntar ao grupo. Um deles falou que tinha lido meu livro, o que facilitou a conexão e abriu espaço para uma troca de ideias. Aproveitei a oportunidade para perguntar: “O que está mais difícil na fazenda hoje, em comparação com o passado?”.
Vieram vários temas, como a dificuldade em contratar e formar equipes, sucessão familiar, baixos preços de venda, margem negativa, mudanças nos padrões climáticos e a falta de previsibilidade, dentre outros. A lista de desafios era longa. Perguntei então qual era o plano para resolvê-los e percebi que as iniciativas mencionadas não pareciam suficientes para lidar com esses problemas. Quase todas as repostas não conectaram as ações às reais soluções dos problemas citados. Quando chegou a hora do voo, nos despedimos e seguimos nossos caminhos.
Aquela conversa me fez refletir bastante sobre a grande diferença entre ter um planejamento e uma estratégia.
