Em nova série de artigos, Adilson Aguiar aponta o que diz a pesquisa sobre os propagados benefícios do pastejo ultradenso.
Por Adilson de Paula Almeida Aguiar – Zootecnista, professor em cursos de pós-graduação do Rehagro e das Faculdades Associadas de Uberaba (Fazu); consultor associado da Consupec (Consultoria e Planejamento Pecuário), de MG, e investidor nas atividades de pecuária de corte e leite.
Dando sequência à série de artigos sobre o pastejo ultradenso (PUD), avaliarei os efeitos deste sistema sobre o componente planta forrageira, já que os impactos sobre o solo foram abordados na edição passada. Os adeptos do manejo holístico, base da Pecuária Regenerativa, buscam um equilíbrio entre produção e meio ambiente para ser sustentável, usando o animal herbívoro para atingir tal objetivo sem qualquer emprego de insumo químico. Dão maior importância ao manejo do solo do que à forrageira e ao animal. Na Pecuária Regenerativa, o foco é recuperar os estoques de carbono do solo.
Recaptulemos as bases do PUD: máxima densidade de lotação (1.000 a 5.000 animais/ha) na menor área (10 a 25 m2/cab/dia) e no menor tempo possível (4 a até 16 mudanças diárias de faixa de pastejo) e animais de genética adaptada a esse sistema. Com esse manejo, a eficiência de colheita da forragem é sempre acima de 80% (a meta é 100%), não dando oportunidade para o animal selecionar forragem e levando-o a consumir até plantas daninhas, de forma a controlá-las. Em função da alta densidade de lotação, os animais se movimentam por todo o piquete ou faixa de pastejo, distribuindo uniformemente suas fezes e urina em grandes quantidades, para garantir aumento da fertilidade do solo ao longo dos anos.