Por Ariosto Mesquita – de Campo Grande, MS
Ele lembra cenários de antigos filmes de ficção científica ou mesmo uma central de reality show. Ocupando um espaço de 100 m² e de acesso restrito (apenas nove pessoas estão autorizadas), o Centro de Controle e Operação (CCO) da Iagro/MS (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal) é o ponto de convergência da tecnologia e do trabalho de inteligência adotados em Mato Grosso do Sul para monitorar o deslocamento rodoviário de animais vivos.
Tudo começa a partir das informações geradas pelo APP Transportador, aplicativo da Iagro de uso obrigatório (desde maio de 2024) por motoristas de cargas vivas.
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Nele é exigida a inserção da GTA com dados gerais sobre a viagem (carga, origem, destino, etc.). De cada motorista também é obrigatório um cadastro prévio na agência (com seus dados, do veículo, carroceria, etc.).
Com o apoio de georreferenciamento, mais de 300 câmeras nas estradas e outro tanto de unidades volantes de fiscalização, está montada a base da parafernália digital que tem como uma das metas principais assegurar ao rebanho bovino sul-mato-grossense a obtenção do status internacional de livre de aftosa sem vacinação (juntamente com outras 16 unidades da federação brasileira), em maio de 2025, durante a assembleia geral da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), na França.
No Centro de Controle e Operação, seis controladores trabalham em horário comercial, mas há um sistema de alerta 24 horas que dispara mensagens para a equipe sempre que detecta algo suspeito.
Diante de um telão (composto por oito telas “led” de 50 polegadas) eles recebem informações variadas, incluindo cada viagem originada no estado em caminhões boiadeiros.
“A atualização é feita a cada cinco minutos. Uma seta/linha verde reflete a informação de origem e destino que consta na GTA enquanto uma outra, vermelha, traduz a viagem efetivamente realizada. Havendo algum desencontro de informação, uma equipe volante é acionada para fazer a checagem”, explica Robson Campos dos Anjos, coordenador de inteligência da Iagro.
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Durante visita de DBO ao CCO, saltava do telão o desenho de uma possível irregularidade. Carga de bovinos prevista para sair de Porto Murtinho, na fronteira com o Paraguai, tinha a linha vermelha traçada a partir de Terenos, MS (uma distância aproximada de 450 km).
“Este caso foi apurado e constatamos que houve um equívoco do motorista quanto ao número da GTA”, revela. Até o final da manhã de 17 de julho, o sistema indicava emissão de 322 autos de infração neste ano.
Para agilizar deslocamentos em eventuais ações, o telão do CCO mostra o estado dividido em 2.000 quadrantes. Perímetros amarelos desenham os espaços ocupados pelas propriedades rurais, disponibilizando um quadro de informações específico de cada uma.
“Tudo isso facilita nossa ação em caso de uma ocorrência sanitária. Geralmente em até três minutos após uma notificação, traçamos o ‘perifoco’ na tela e deflagramos a operação”, garante o coordenador.
SAIBA MAIS
Em conversa com o repórter Ariosto Mesquita, o diretor presidente da Iagro, agência de defesa sanitária animal e vegetal de MS, fala como o Estado, com 1.608 km de fronteira, ajustou sua vigilância para conquistar o reconhecimento de livre de aftosa sem vacinação no próximo ano, ao lado de outras 16 unidades da federação. Confira AQUI.
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