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Gigantes da engorda a cocho

Pelo segundo ano consecutivo, DBO publica seu Ranking dos 20 maiores confinadores do Brasil e constata a força deste importante segmento.

Por Carolina Rodrigues e Renato Villela

Impressiona o tamanho dos projetos que integram o TOP 20 confinadores. Apesar de não contar com a presença da JBS/Friboi – que participou no ano passado, mas, neste ano, enviou somente informações sobre processos, sem abrir números – o total de animais confinados pelos participantes do ranking ficou muito próximo do registrado em 2021. Juntos, eles engordaram 1.920.541 bovinos, o equivalente a 27,42% do total terminado a cocho em 2022. A maioria não botou o pé no freio, apesar da conjuntura difícil. O grupo projeta  confinar 2.168.280 cabeças neste ano, um  aumento de 12,89%. 

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O que parece sustentar esse crescimento é justamente a profissionalização das empresas, que investem pesadamente em gestão e eficiência operacional, além de ganhos em escala. Outra constatação interessante é que todos os confinadores TOP 20 disseram ter a sustentabilidade como conceito norteador, desenvolvendo ações práticas nessa área. O ranking foi elaborado com base em informações fornecidas por consultores e técnicos do setor, com checagem junto aos gestores dos confinamentos pela reportagem de DBO. A empresa de confinamento ligado à Minerva Foods também não participou da listagem.

1º MFG Agropecuária

A MFG Agropecuária, pertencente ao empresário Marcos Molina, subiu ao pódio do ranking elaborado por DBO em 2022, com 220.000 cabeças confinadas e previsão de 261.000, em 2023.. A empresa tem oito unidades, quatro delas no MT, uma em GO, uma no MS, uma em SP e outra em Eldorado do Sul (RS), com capacidade instalada total para 158.000 cabeças. Investe pesado em tecnologia (como mostrou a reportagem de capa da DBO de maio) e oferece serviços diferenciados a seus parceiros, com gestão a partir de Business Intelligence (BI), pesagem por câmeras 3D, técnicas de bem-estar animal e nutrição de precisão. A MFG oferece quatro tipos de parceria: Arroba produzida, Diária, Arrobas de entrada e kg de matéria seca produzida.

2º GRUPO JBJ

O Grupo JBJ, pertencente a José Batista Júnior, tem capacidade estática para 125.000 bois, em duas plantas localizadas nos municípios goianos de Nazário e Aruanã. Em 2022, confinou 168.880 animais. Mesmo em um ano desafiador para a engorda intensiva, como tem sido este 2023, com margens estreitas, o grupo espera confinar 33% a mais, atingindo a marca de 226.000 cabeças a cocho. Para alcançar essa meta, o grupo investe num modelo de parceria com fornecedores de bezerros cruzados, comprometendo-se a fornecer-lhes ração e assistência técnica para recria dos animais, além de garantia de compra. O confinamento rastreia a origem dos animais, peso de saída do fornecedor e chegada nas fazendas. O controle se estende até o abate. Abastece a marca de carne especial  Swift Black, da JBS, com base em animais cruzados Angus.

3º Fazenda Conforto

Localizada em Nova Crixás, no Vale do Araguaia (GO), a Fazenda Conforto, montada pelo empresário Alexandre Negrão (falecido em março passado), é um dos principais projetos de pecuária intensiva do País, tanto em quantidade, quanto em qualidade. Tem aumentado de forma crescente o número de animais confinados, passando de 120.000 bois em 2021, para 155.000, em 2022, com projeção de chegar a 174.000 em 2023, em busca de ganhos em escala. Com uma área total de 12.000 hectares, parte deles irrigados por pivôs, a fazenda tem confinamento totalmente informatizado e é um dos poucos no Brasil a contar com floculadores de milho e sorgo. Possui programas de sustentabilidade e produção de adubo orgânico, enriquecido com fosfato de rocha.

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4º Grande lago

A Agropecuária Grande Lago, com sede em Jussara (GO), pertence ao Grupo Plena Alimentos, frigorífico com sede em Contagem (MG). Em 2022, confinou 140.000 cabeças em 2022. Para este ano, a meta é mais conservadora, cerca de 120.000, em função das menos favoráveis aos confinamentos. As instalações da Grande Lago têm capacidade estática para 75.000 bois, o que o coloca entre os maiores do País. Além de engordar gado próprio, oferece serviço de boitel. Toda informatizada, a agropecuária desenvolveu seu próprio programa de alimentação e conta com softwares como o Business Intelligence (BI) que facilita a gestão e a tomada de decisões. Possui floculador e investe em práticas de bem-estar animal, como a aclimatação para redução do estresse na entrada do confinamento e melhoria do desempenho a cocho, além de redução na incidência de doenças.

5º LF PEC

Em 2022, a LF confinou 130.206 abates, mas reduziu sua previsão para 100.000 cabeças para 2023, em função do mercado. A empresa pertence ao produtor Francisco Camacho e conta com quatro confinamentos, instalados nos municípios de Nortelândia (MT), Lins (SP), Tomé Açú (PA) e Correntina (BA).Juntos, têm capacidade estática para 60.000 cabeças. Em eventual parceria com o produtor, carrega como atrativo a localização dos confinamentos, sempre próximos de plantas frigoríficas. Há também uma forte preocupação com o aspecto ambiental e de correção dos procedimentos.

6º Campanelli

Agro Pastoril Pascoal Campanelli engordou 100.000 bois em 2022, em Altair (SP) e deve ampliar esse número para 110.000 em 2023, com entrada em funcionamento de mais uma unidade de engorda, em Santo Antônio do Aracanguá (SP), com capacidade estática para 8.000 cabeças. A Campanelli termina apenas gado próprio e tanto a fábrica quanto o fornecimento de ração são automatizados. Todos os fornecedores de gado magro são rastreados. Segundo o CEO Victor Campanelli, um dos pilares da companhia é a sustentabilidade e o conceito de economia circular.

7º Better Beef

A Agropecuária Vista Alegre, de Presidente Bernardes (SP), pretende confinar, neste ano, o mesmo número de animais de 2022: 100.000. O projeto abastece a marca Better Beef, produzida no frigorífico do Grupo, em Rancharia, também interior paulista.Com capacidade estática para 35.000 cabeças, o confinamento é referência em bem-estar animal. Prova disso, é que metade do espaço de todos os piquetes são sombreados, garantindo maior conforto térmico aos bovinos. Os dejetos oriundos do confinamento são vendidos para um projeto de biodigestor para a produção de biogás.

8º Maximus

Em 2022, a Maximus Agronegócio engordou 92.530 animais em quatro confinamentos, todos no interior de São Paulo. Esse número deve ser reduzido para 70.000 cabeças em 2023, devido à entrega de uma unidades arrendadas (a Santa Adélia, em Sabino). Atualmente são três plantas em Sales, Sertãozinho e Clementina, que trabalham com animais próprios e de terceiros. Neto Sartor, CEO da Maximus, diz que a tecnologia é uma forte aliada da operação, que “demanda controles muito precisos para mitigar riscos”. Há mais de 10 anos, ele usa tecnologias modernas de gestão de trato.

9º Queiroz de Queiroz

Com capacidade estática para 32.000 animais e duas plantas em operação, no município mineiro de Frutal. o Grupo Queiroz de Queiroz confinou 81.179 cabeças em 2022 e pretende engordar 84.000, em 2023. Com dieta total e trato automatizado, faz rígido controle de fornecedores de insumos, com análises laboratoriais de todos os ingredientes da ração. Bem-estar animal e sustentabilidade são pontos fortes da operação. O confinamento tem aspersores, para redução de poeira, e uma usina fotovoltaica. Também faz fertirrigação.

10º Frigoestrela

O confinamento do Grupo Frigo Estrela conta com uma capacidade estática de 60.000 bois somadas as plantas de Estrela d`Oeste (SP) e Aparecida do Taboado (MS). Em 2022, engordou 80.857 cabeças e deve bater 88.500, em 2023. Além de gado próprio, o confinamento oferece parceria para terceiros. Trabalha com dieta que sem volumoso (apenas 4%). Tanto a fábrica quanto a distribuição da ração são automatizadas. O grupo monitora seus fornecedores de animais. A sustentabilidade é outro pilar da operação. Os dejetos são usados nas lavouras e pastagens como adubo orgânico.

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11º Captar Agrobusiness

Liderada pelo empresário Almir Moraes, a Captar Agrobusiness, em Luís Eduardo Magalhães (BA), tem se tornado uma referência de engorda intensiva na região Nordeste. Em 2022, confinou 83.949 cabeças e deve chegar a 130.000 bois neste ano. A empresa oferece uma série de benefícios a seus parceiros, como adiantamento do acerto financeiro, frete grátis num raio de 500 km, isenção de ICMS e Funrural dos animais abatidos. Norteia pelo Plano Captar Carbono Zero 2030 e, neste ano, emitiu seu Relatório de Sustentabilidade baseado no protocolo GRI 13.

12º Agrojem

Com duas plantas localizadas nos municípios tocantinenses de Caseara e Miranorte, a Agrojem confinou 70.000 bois no ano passado. A meta para 2023 é audaciosa: engordar 105.00, com dieta adensada, de alto valor energético. A Agrojem se destaca por seu compromisso com a sustentabilidade e engajamento social. Todos os fornecedores de gado são avaliados em uma plataforma de compliance da empresa. Ela oferece uma série de benefícios aos funcionários, tais como: ambulatório médico permanente, assistência social, creche e escola de natação para os filhos dos colaboradores.  

13º São Lucas

Um dos primeiros a adotar a automação de trato no Brasil, o Confinamento São Lucas, em Santa Helena (GO), levou para o gancho 69.000 animais em 2022. Com capacidade estática para 25.000 cabeças, espera abater 70.000 bois neste ano. Usa dieta de alto concentrado e faz um rígido controle de qualidade dos insumos. Está alinhado aos princípios ESG. “Conservamos recursos hídricos, matas ciliares, trabalhamos com reflorestamento, arborização nas estradas e damos preferência a negociar com fornecedores que tenham compromisso com a sustentabilidade”, informa o gerente Paulo Victor Dias Borba. 

14º Grupo Frisa

Com cinco plantas em ES e MG, o Frisa confinou 68.164 animais em 2022 e quer chegar a 100.000 bois neste ano. Também oferece parcerias, de três tipos: tradicional, diária e @ engordada. Para bois de 0-4 dentes, há uma bonificação de R$ 5/@, com base no preço de balcão do frigorífico Frisa do grupo. Há também possibilidade de trava no mercado futuro. Todos os confinamentos tratam 100% do dejeto, via fertirrigação e compostagem, e possuem o Selo de Sustentabilidade e Bem-Estar Frisa, com auditoria anual pela SBCert, onde são exigidos mais de 110 requisitos.

15º Mantiqueira

A Agropecuária Mantiqueira fez sua estreia no TOP 20 DBO neste ano, com 67.662 animais confinados em 2022. A empresa tem uma unidade em Água Boa (MT), de onde saíram 45.618 animais, e outras duas em Minas Gerais, que, somaram 22.044 cabeças. Aposta na dieta “fast” (zero volumoso) e fornece três refeições diárias aos animais, com base em três  leituras de cocho. A empresa participa da Liga do Araguaia e estuda fazer um trabalho para redução de emissões de metano na recria e confinamento. A projeção de engorda para 2023 é de 65.000 animais.

16º CMA

Conhecida pela excelência nos processos, a CMA (Cia Agropecuária Monte Alegre), em Barretos (SP), confinou 65.552 animais em 2022 e quer chegar a 71.253 em 2023. “Utilizamos o sistema de gestão ERP e reunimos todas as informações, como automação do trato e baixa de estoque numa mesma plataforma”, conta seu diretor, André Perrone. A CMA confina gado próprio e de terceiros. “Lançamos a modalidade de @ produzida com margem garantida. Funciona como um hedge, onde o fornecedor do gado magro sabe qual participação terá na @ produzida dentro do confinamento. É um diferencial”, diz Perrone.

17º Real Beef

O confinamento da Real Beef tem crescido a cada ano. Em 2022, foram fechados 65.000 bois. A previsão para 2023 é chegar a 75.000. Sua capacidade estática é de 30.000 cabeças. Além da planta em Sorriso (MT), para engorda de gado próprio, possui dois boitéis no Estado de São Paulo. A Real Beef se caracteriza pela estrutura automatizada de seu confinamento, que conta com softwares específicos para gestão zootécnica e de rastreabilidade. Atenta às novas exigências do mercado, a empresa iniciou um processo de avaliação rigorosa de seus fornecedores de gado magro, compromisso firmado com a sustentabilidade. 

18º Cara Preta

O confinamento da Cara Preta é um exemplo de verticalização sustentável. São duas plantas, em Jequitaí e São João da Ponte (MG). Com capacidade estática para 89.530 cabeças, confinou 89.419 em 2022 e projeta 68.527 para 2023.Todos os criadores que fornecem gado para a Cara Preta passam por um processo rigoroso de seleção e auditoria. Tem um dos maiores projetos de economia circular do País (veja reportagem de capa) e produz animais 3/4 Angus para grife de carne premium. “Somos um dos projetos mais sustentáveis do mundo”, orgulha-se Vitoriano Dornas, CEO da empresa.

19º Fazenda Juliana

Referência no Estado de Rondônia, o confinamento pertencente a Alceu Elias Feldman engordou 60.394 animais em 2022. A capacidade instalada é para 68.000 bois, nas três plantas situadas nas fazendas Juliana, em Chupinguaia (RO); Dom Ricardo, em Ariquemes (RO) e Vale do Juruena, em Juruena (MT). A meta é engordar 64.000 cabeças neste ano. O trato é todo automatizado os piquetes do confinamento possuem sistema de aspersão de água para redução de poeira e garantia de conforto térmico aos animais. Também possui pátio de compostagem e faz fertirrigação. 

20º Santa Fé

Localizada em Santa Helena de Goiás, o confinamento Santa Fé, do empresário Pedro Merola, cresce ano a ano. Com capacidade estática para 40.000 bois, confinou 51.262 animais em 2022 e projeta 65.000 para 2023. Tem balanças de precisão (uma por piquete), que permitem o acompanhamento diário do ganho de peso. Cada animal é pesado oito vezes nesse sistema. Além de animais próprios, o confinamento oferece engorda em sistema de boitel, a preço fixo ou diária, com auxílio e/ou execução de operações de hedge.

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