O mercado físico do boi gordo continua a apresentar pequenas divergências de comportamento entre algumas praças pecuárias, segundo relatos da Agrifatto.
Certas regiões brasileiras, informa a consultoria, estão sofrendo com a ausência de chuvas e a forte onda de calor, o que força a retirada antecipada do gado, visando evitar perdas de rendimento dos animais e aliviar pastagens degradadas.
Porém, a maioria das localidades do País seguem com a oferta controlada (e bastante enxuta) de bovinos terminados, resultando em estabilidade nos preços da arroba, acrescenta a Agriffato, que faz o monitoramento diário em 17 praças brasileiras.
A região Norte do País continua sendo a mais afetada pelas condições climáticas adversas. No Pará, diz a Agrifatto, na quinta-feira (16/11), foi registrada uma queda de 1,4% no preço do boi gordo, precificado em R$ 204,90/@, um reflexo direto do aumento da oferta de lotes terminados.
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Praça de referência – Porém, nesta sexta-feira (17/11), nas praças de São Paulo, o preço médio do macho terminado permaneceu estável, em R$ 235/@, acrescenta a Agrifatto.
A Scot Consultoria ressalta que, nas regiões paulistas, as cotações do boi “comum” (destinado ao mercado doméstico) e do “boi-China” (abatido mais jovem, com até 30 meses) estão andando de lado há quase 40 dias.
Pelos dados da Scot, o boi “comum” paulista é negociado por R$ 235/@, enquanto a vaca e a novilha gordas são vendidas por R$ 215/@ e R$ 225/@ (preços brutos e a prazo), respectivamente.
A arroba do “boi-China” está cotada em R$ 240 (no bruto, prazo, base SP), com ágio de R$ 5/@ sobre o macho gordo “comum”, informa a Scot.
Na avaliação da S&P Global Commodity Insights, a semana com feriado na quarta-feira (Proclamação da República) retirou a liquidez do mercado e postergou as compras das indústrias para a segunda metade do mês.
Portanto, nacionalmente, relata a S&P Global, a sexta-feira teve um fraco volume de negociações no mercado físico da arroba bovina, seguindo a toada observada ao longo da semana em curso.
“Apesar do feriado em algumas regiões do País na próxima segunda-feira (Dia da Consciência Negra), espera-se (para o decorrer da semana) uma retomada ao ambiente de negócios por parte das indústrias, visando dar sequência na composição das escalas de abate, ancoradas entre 5 a 7 dias”, afirmam os analistas.
Segundo a S&P Global, as operações seguem fomentadas na demanda doméstica sazonal pela carne bovina, com expectativas de incremento pelo recebimento da primeira parcela do 13º salário, bem como comemorações e festividades do período.
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Por outro lado, acrescenta a S&P Global, os frigoríficos têm atuado de forma limitada e cadenciada em suas inserções no mercado, visando limitar um viés de alta incisivo nos preços da arroba.
No entendimento da S&P Global, além da demanda mais aquecida, a oferta enxuta de animais para abate deve permanecer como variável de formação de preço nesta segunda metade de novembro.
China compra mais – Em âmbito internacional, diz a Agrifatto, nesta última semana a China demonstrou uma movimentação mais ativa em comparação com as compras da semana passada, apesar dos preços pagos pela carne bovina brasileira não terem registrado melhora – a tonelada do dianteiro in natura é negociada entre US$ 4.000 e US$ 4.300, relata a Agrifatto.
“O Brasil continua sendo o maior fornecedor de proteína bovina para o gigante asiático, cujas importações totalizaram 2,04 milhões de toneladas nos nove primeiros meses de 2023, sendo 41,15% originárias dos frigoríficos brasileiros”, informa a Agrifatto.
Embarques de outubro/23 – Depois de ter tido uma péssima primeira semana, as exportações de carne bovina in natura se recuperaram durante o restante do mês de outubro/23 e conseguiram fechar com um bom volume embarcado, destaca a Agrifatto.
Foram exportadas 186,20 mil toneladas da proteína bovina, 4,55% a menos que setembro/23, mas ainda assim o segundo melhor resultado da história para um mês de outubro, perdendo apenas para as 188,46 mil toneladas de outubro/22.
Em outubro/23, o preço médio da proteína bovina in natura emplacou a segunda valorização mensal consecutiva, atingindo US$ 4.596/t, o maior valor desde jullho/23, informa a Agrifatto.
Porém, continua a consultoria, o preço atual ainda é 21,44% menor que o registrado no mesmo período de 2022, demonstrando como o comércio global de proteína bovina perdeu valor durante o ano de 2023.
Para novembro/23, prevê a Agrifatto, as expectativas apontam para um volume exportado entre 170 e 180 mil toneladas, o que resultaria na maior quantidade embarcada em um mês de novembro na história.
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“Ainda assim, mesmo considerando a previsão de recuperação das exportações em novembro/23 (e até mesmo em dezembro/23), dificilmente teremos um 2023 com um volume de carne bovina exportada acima do que foi registrado em 2022”, pondera a Agrifatto.
Contratos futuros – No mercado da B3, a semana começou agitada, com uma forte valorização de preços do boi gordo na segunda-feira (13/11).
No entanto, relata a Agriffato, o mercado fechou a semana (considerando o fechamento até quinta-feira, 16/11) com timidez nos posicionamentos e sem firmeza para tomar uma direção clara.
“Ainda que as cotações futuras do boi gordo tenham se valorizado no comparativo semanal em todos os vencimentos – destaque para o papel de janeiro/24, que teve alta de 2% e fechou a quinta-feira a R$ 245/@ –, o volume de novas negociações continuou tímido”, observa a Agrifatto.
O número de contratos em aberto (futuros + opções), informa a consultoria, cresceu apenas 0,99% e atingiu 101,17 mil toneladas, puxada pelos contratos futuros, que somaram um total de 15,90 mil (3,77% a mais que na semana anterior), com as negociações se concentrando nos vencimentos de novembro/23 e dezembro/23.
Com 1.740 contratos negociados na quinta-feira, o vencimento de novembro/23 encerrou o pregão regular cotado em R$ 239/@.
Cotações máximas de machos e fêmeas nesta sexta-feira, 17/11 (Fonte: S&P Global)
SP-Noroeste:
boi a R$ 233/@ (prazo)
vaca a R$ 217/@ (prazo)
MS-Dourados:
boi a R$ 222/@ (à vista)
vaca a R$ 209/@ (à vista)
MT-Cáceres:
boi a R$ 212/@ (prazo)
vaca a R$ 192/@ (prazo)
MT-Cuiabá:
boi a R$ 210/@ (à vista)
vaca a R$ 190/@ (à vista)
GO-Sul:
boi a R$ 227/@ (prazo)
vaca a R$ 212/@ (prazo)
PR-Maringá:
boi a R$ 225/@ (à vista)
vaca a R$ 202/@ (à vista)
MG-Triângulo:
boi a R$ 231/@ (prazo)
vaca a R$ 207/@ (prazo)
PA-Redenção:
boi a R$ 209/@ (prazo)
vaca a R$ 189/@ (prazo)
TO-Araguaína:
boi a R$ 214/@ (prazo)
vaca a R$ 192/@ (prazo)
RO-Cacoal:
boi a R$ 212/@ (à vista)
vaca a R$ 195/@ (à vista)
Preços dos animais terminados apurados pela Agrifatto em 17/11
São Paulo — O “boi comum” vale R$230,00 a arroba. O “boi China”, R$240,00. Média de R$235,00. Vaca a R$215,00. Novilha a R$225,00. Escalas de abates de oito dias;
Minas Gerais — O “boi comum” vale R$215,00 a arroba. O “boi China”, R$225,00. Média de R$220,00. Vaca a R$200,00. Novilha a R$205,00. Escalas de abate de onze dias;
Mato Grosso do Sul — O “boi comum” vale R$220,00 a arroba. O “boi China”, R$230,00. Média de R$225,00. Vaca a R$210,00. Novilha a R$215,00. Escalas de abate de oito dias;
Mato Grosso — O “boi comum” vale R$205,00 a arroba. O “boi China”, R$215,00. Média de R$210,00. Vaca a R$190,00. Novilha a R$195,00. Escalas de abate de oito dias;
Tocantins — O “boi comum” vale R$210,00 a arroba. O “boi China”, R$220,00. Média de R$215,00. Vaca a R$200,00. Novilha a R$205,00. Escalas de abate de oito dias;
Pará — O “boi comum” vale R$205,00 a arroba. O “boi China”, R$215,00. Média de R$210,00. Vaca a R$195,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de dez dias;
Goiás — O “boi comum” vale R$215,00 a arroba. O “boi China/Europa”, R$225,00. Média de R$220,00. Vaca a R$205,00. Novilha a R$210,00. Escalas de abate de nove dias
Rondônia — O boi vale R$210,00 a arroba. Vaca a R$195,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de nove dias;
Maranhão — O boi vale R$215,00 por arroba. Vaca a R$195,00. Novilha a R$200,00. Escalas de abate de oito dias;
Paraná — O boi vale R$225,00 por arroba. Vaca a R$210,00. Novilha a R$215,00. Escalas de abate de oito dias.