A eventual suplementação da verba para custeio agropecuário não é suficiente para resolver a crise do setor de grãos, diz o presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Soja, André Dobashi. “Não se trata de uma crise apenas de quebra de safra. É uma crise financeira de dívidas de investimento e de custeio, por isso apenas suplementação de custeio não resolve o problema”, afirmou Dobashi ao Estadão/Broadcast.
A Câmara enviou nesta quarta-feira (31) um ofício ao Ministério da Agricultura com os pedidos da criação de uma linha de capital de giro para os produtores afetados pelas perdas na safra e o alongamento dos prazos dos financiamentos contratados na safra 2023/24. “Pedimos a prorrogação por seis meses para as operações de custeio com vencimento neste e prorrogação das operações de investimento para pagamento no último ano”, explicou. Os pedidos foram articulados com as demais entidades setoriais estaduais em reunião mensal da Câmara.
Continue depois da publicidade
VEJA TAMBÉM | Vem aí quebra de safra na soja, prevê Agroconsult
As demandas foram apresentadas nesta quarta por Dobashi ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro. “O ministro recebeu a demanda e vai tomar as providências. Ele nos pediu para aguardar que haverá anúncios e se comprometeu a estudar a demanda de maneira mais rápida possível para termos um plano de soluções com celeridade”, acrescentou Dobashi.
Fávaro afirmou, nas redes sociais, que recebeu da Câmara Setorial um diagnóstico do setor com quebra de produção pelas intempéries climáticas, além da falta de renda devido aos preços achatados e as dívidas de investimentos dos produtores. “Estamos trabalhando juntos, ouvindo o setor, conhecendo e reconhecendo o trabalho no campo e buscando soluções estruturantes”, disse o ministro.