Depois de registrar um recorde histórico na exportação de bovinos vivos em 2018, com uma carga de 44,3 mil toneladas, e em 2020, responder por 28% de todos os bovinos vivos exportados do País, o Rio Grande do Sul prepara seu primeiro – e provavelmente único – lote de animais a ser vendido internacionalmente este ano. O destino será o Egito.
Segundo informações do escritório regional de Pelotas, da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), foram registrados dois pedidos de quarentena de animais em confinamento em dois Estabelecimentos de Pré-Embarque (EPEs), localizados nos municípios de Rio Grande e Cristal.
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Um pedido foi para uma reserva de área para 10 mil bovinos e outro, para 11 mil; no entanto, apenas este de 11 mil bezerros deverá ser exportado este ano.
“O embarque de 11 mil bovinos para o Egito está confirmado, o outro apenas abriu as compras, mas não sabemos ainda em que data vai se confirmar, se este ano ou a partir de janeiro de 2022”, explica do médico veterinário, Valmor Lansini, fiscal estadual agropecuário.
O lote de animais para o Egito já teve toda a sua documentação enviada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), incluindo o pedido de quarentena por 21 dias. A estimativa é que a carga siga para o destino entre os dias 20 e 25 de dezembro.
Exportação caiu na alta do boi
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A guinada dos preços da arroba do boi influenciou os preços dos bovinos de reposição e dos terneiros (bezerros) no Estado e acabou desestimulando os compradores de gado vivo este ano, segundo Girlei Sengik Fonseca, sócio da Sentilena Agro Industrial, de Cerrito (RS).
“O preço do terneiro girou de R$ 15 a R$ 16 por quilo no início do ano. Depois foi a patamares de R$ 9 a R$ 10 por quilo, abrindo oportunidades de negócios. Em 2018, o ano de maior volume de gado exportado foi influenciado por preços de terneiros que variavam de R$ 4,9 a 6,10 o quilo”, diz Fonseca.
Quedas Brasil afora
Apesar da grande notícia da primeira venda de gado vivo para o recém-aberto mercado do Vietnã, este ano, no frigir dos ovos, a síndrome de baixas vendas não pegou apenas o Rio Grande do Sul, mas também todos demais Estados exportadores de animais vivos.
O pecuarista gaúcho sofreu o caso mais drástico, sem qualquer operação fechada de janeiro a novembro deste ano.
No acumulado de janeiro a outubro deste ano, as cargas de bovinos vivos somaram 22,4 mil toneladas, 77,7% a menos que no mesmo período do ano passado, com 100,4 mil toneladas, segundo os dados do AgroStat, plataforma de estatísticas do comércio internacional de commodities agrícolas do Mapa.