Responsabilidade com a procedência legal e sustentável da carne não pode ficar só com a indústria
Em conversa com Moacir José, o diretor de sustentabilidade da Abiec, Fernando Sampaio, diz como a entidade vai lidar com as pressões sobre os frigoríficos em questões que envolvem fornecedores indiretos e desmatamento
“Não somos contra o normativo da Febraban; só queremos ver o setor financeiro pondo mais a mão na massa” – Fernando Sampaio, diretor de sustentabilidade da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec).
Por Moacir José
Em fevereiro de 2022, Fernando Sampaio, diretor de sustentabilidade da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), apareceu nestas mesmas páginas do “Prosa Quente”, na condição de diretor executivo do Instituto PCI (Produzir, Conservar, Incluir), associação sem fins lucrativos sediada no Mato Grosso, que ele dirigiu de 2019 até o fim de 2022.
Naquela entrevista, ele já previa que “o cinto iria apertar”, referindo-se ao recrudescimento das exigências dos importadores de carne bovina no que diz respeito à procedência legal e sustentável desse alimento. Acertou. No dia 19 de abril último, o Parlamento Europeu aprovou um projeto que institui a exigência, a partir do início de 2025, de certificação “antidesmatamento” para importação de produtos agropecuários, mesmo que a supressão de vegetação nativa tenha sido feita de forma legal, o que deverá afetar as exportações brasileiras, principalmente de carne bovina para a União Europeia.
Pouco mais de um mês depois, no dia 30 de maio, nova onda compressiva se abate sobre o setor pecuário, atingindo diretamente as indústrias. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) anunciou que 21 de seus associados (companhias de peso como Bradesco, Itaú, Santander, Banco do Brasil) aderiram ao normativo de autorregulação que somente emprestará dinheiro aos frigoríficos com atuação na Amazônia Legal e no Maranhão, se eles implementarem, até dezembro de 2025, um sistema de monitoramento de fornecedores (diretos e indiretos), capaz de comprovar que não estão comprando gado oriundo de áreas desmatadas ilegalmente.
Agora diretor da Abiec, Sampaio tem a difícil tarefa de “digerir” essas medidas e planejar ações junto aos 39 associados da entidade, que possuem 163 plantas (68 na Amazônia Legal), respondendo por 80% dos abates com SIF (Serviço de Inspeção Federal) do País e de onde saem 98% das exportações de carne brasileira. Veja, na entrevista concedida ao jornalista Moacir José, colaborador de DBO, como a Abiec pretende responder às demandas, tanto dos bancos quanto dos importadores, e que consequências elas trarão para o setor.
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