Fazendas apostam na integração lavoura-pecuária e em modelos flexíveis de suplementação para produzir animais de até 30 meses para o mercado asiático.
Por Renato Villela
Nenhum fator exerceu tanta pressão positiva sobre os índices da pecuária de corte brasileira, nos últimos anos, quanto o chamado “boi-China”, que tem, como principal pré-requisito, a idade máxima de abate de 30 meses (2,5 anos). Para ter acesso ao prêmio gerado pela forte demanda desse tipo de animal pelos frigoríficos, que chegaram a pagar ágio de R$ 20/@ pelo “boi-China”, os pecuaristas tiveram de investir em pastagens, manejo e, principalmente, protocolos nutricionais capazes de encurtar a idade de abate.
Isso causou uma pequena “revolução” dentro e fora da porteira, puxando, consigo, vários indicadores produtivos. Embora o mercado esteja, atualmente, sob “pressão baixista”, com redução do ágio do “boi-China” para R$ 5 a R$ 3/@ no mês de maio, os sistemas de produção montados para atender o país asiático já parecem caminhar com as próprias pernas.
Isso acontece porque muitos pecuaristas já não se pautam pelo ágio, mas pelo saldo positivo da intensificação, como a maior lotação por hectare, que tem impacto direto sobre a rentabilidade da fazenda.