Megaoperação Marfrig-Minerva, fechada em agosto, não assusta analistas de mercado, pois acham difícil indústrias, mesmo gigantes, manipularem preços.
Por Moacir José
Após comprar 16 plantas da Marfrig (11 delas no Brasil) por R$ 7,5 bilhões, a Minerva Foods tornou-se o segundo maior grupo frigorífico do País, com 21 unidades de abate em território nacional (antes tinha 10) e capacidade para processar 22.000 cabeças. A Marfrig manteve apenas três plantas no País: Promissão I e II (em SP) e Várzea Grande (MT). A unidade de Promissão II está desativada, mas as outras duas têm capacidade para abater 3.350 cab/dia, devendo chegar a 4.500 até o fim de 2024.
Essa “dança das cadeiras” entre Minerva e Marfrig foi vista, por muitos, como um simples rearranjo do setor, mas a elevação do nível de endividamento e risco da Minerva, que terá de captar recursos externos para viabilizar a compra das plantas (apenas R$ 1,5 bilhão foram pagos no ato), gerou questionamentos sobre um eventual aumento de pressão sobre a arroba para mantê-la em patamares mais favoráveis à companhia.