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Língua-de-pau, uma doença sorrateira

A língua-de-pau causa inchaço na face que dá ao bovino um aspecto de “cara de hipopótamo”. Foto: Haide Valeska Scheid

Por Enrico Ortolani – Professor titular de Clínica de Ruminantes da FMVZ-USP ortolani@usp.br

Embora a primeira faculdade de veterinária do mundo tenha sido criada em Lion, na França, em 1761, os “veterinários” até antes desta data eram chamados, na língua latina, de “marechais ferradores”, pois além de colocar ferraduras nos equídeos, tinham que dar um jeito na doença de outros animais, em especial daqueles de fazenda. Imaginem que dificuldade!

No Brasil, os primeiros cursos de veterinária se iniciaram no começo da década de 1910 e tal qual antes de 1761, quem tinha de cuidar das moléstias da bicharada eram os ferradores. Embora meu sobrenome Ortolani, signifique hortelão, aquele que cuida de hortas, além de muitos parentes serem orgulhosamente ótimos agrônomos, meu avô paterno, de nome Rômolo, foi ferreiro, e dizem que dos bons.

Em conversas com ele, mesmo antes de entrar na faculdade, já me contava suas aventuras como “veterinário” num minúsculo distrito rural (Mombuca), no município de Capivari, em São Paulo. Por exemplo, ele tratava brocas em cascos de cavalos com sulfato de cobre, produto empregado na rotina desta terapia até os dias de hoje; e até desenvolveu um abre-bocas metálico para bovinos, para tirar da “goela” desses animais uma pequena manga ou laranja inadvertidamente engolida inteira. Genial, não é?!

A estranha língua-de-pau

Dentre as doenças que tinha de atender em reses bovinas, meu avô me falou de uma, que não saiu de minha mente: a “língua-de-pau”. Poucos anos mais tarde, aprendi na faculdade uma enfermidade denominada cientificamente de actinobacilose, que tinha como nome popular exatamente o termo “língua-de-pau”. Nessa aula, me veio de pronto a figura saudosa do meu avô Rômolo.

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