Resteva da cultura ajuda a alimentar o gado e este retribui consumindo a soqueira das plantas e adubando o solo por meio da deposição de esterco.
Por Moacir José
Uma cultura com enorme potencial para integração com a pecuária. Essa é a visão da Fazenda Gaúcha sobre o algodão, ainda pouco usado em dobradinha com o boi. A propriedade, pertencente ao Grupo Jacó Agro, foi visitada em 29 de agosto por um grupo de 55 participantes da Caravana ILPF, que queriam ver de perto esta novidade. Localizada em Campo Novo do Parecis, no Mato Grosso (maior produtor de algodão do País), a Gaúcha é uma unidade de referência tecnológica (URT) do Projeto IntegraMT, conduzido pela Rede ILPF com financiamento externo, visando à capacitação de técnicos para desenvolver sistemas integrados em seis municípios: Campo Novo do Parecis, Brasnorte, Nova Maringá, Sapezal, Comodoro e São José do Rio Claro.
A fazenda do Grupo Jacó Agro já adota a ILP há quatro anos, em 320 ha, onde planta soja no verão, seguida pelo algodão, cuja resteva pós-colheita é consumida por animais de recria.
Como é característico dos sistemas integrados, ganha a pecuária, com o aproveitamento de um alimento que seria usado apenas como palhada, e ganha a lavoura, com a adubação da área pelo esterco e urina deixado pelos animais.
Segundo Flávio Wruck, chefe adjunto da Embrapa Agrossilvipastoril (de Sinop), que integra a Rede ILPF e acompanha o projeto, a saúde do solo é excelente. Foi o que atestou tecnologia desenvolvida pela Embrapa, batizada de BioAS, que revelou elevados níveis de ciclagem (acima de 0.73), suprimento (acima de 0.78) e armazenamento de nutrientes (acima de 0.84) no solo de dois talhões ocupados pelo gado após a colheita do algodão. O nível ótimo desses parâmetros corresponde a 1.