Confira os destaques da seção ‘Giro Rápido’ da Revista DBO de maio
Aftosa: NE avança, setor protesta.
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) reconheceu os Estados de Alagoas, Ceará, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte como livres de aftosa sem vacinação. Últimos a receberem a chancela oficial, os cinco Estados nordestinos se juntam a uma lista de 17 unidades federativas em busca do reconhecimento internacional de livre de aftosa sem vacinação, a ser avaliado pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), em maio de 2025. Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, Rondônia e Acre, além de partes do Mato Grosso e Amazonas, já possuem esse status.
A decisão do Mapa causou estranheza e indignação no setor produtivo. Os critérios técnicos exigidos para aqueles reconhecidos anteriormente como livres de aftosa sem vacinação não foram atendidos no caso dos Estados do Nordeste. Basta ver o relatório Quali-SV, que avalia a qualidade dos serviços veterinários oficiais. A nota exigida para estes Estados, que têm risco baixo para febre aftosa, é de 3. A última avaliação mostrou que estão todos abaixo do mínimo requerido. Alagoas (1,97), Paraíba (1,77), Pernambuco (2,13), Rio Grande do Norte (1,93) e Ceará (2,17).
Em nota, o Mapa negou ter baixado a guarda para facilitar a mudança de status. “Todas as exigências técnicas realizadas nos demais Estados que suspenderam a vacinação e estão pleiteando reconhecimento junto à OMSA foram mantidas para os Estados do NE”, disse a pasta.
Morosidade do Cade pode afetar acorco Marfrig-Minerva
A possibilidade de uma novo adiamento no prazo para aprovação, pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), do acordo de venda de ativos da Marfrig para a Minerva, fechado em 2023, vai impor novos desafios às empresas, que estão entre as maiores do setor de carne bovina do País. Em agosto do ano passado, a Minerva comprou, por R$ 7,5 bilhões, 16 plantas da Marfrig na América do Sul, sendo 11 no Brasil. Desse valor, R$ 1,5 bilhão já foram pagos.
Recentemente, a superintendência-geral do Cade declarou que a operação de compra de ativos é “complexa”. Nesses casos, a Superintendência-Geral poderá requerer ao tribunal a prorrogação do prazo regular de análise (que é de 240 dias), por até 90 dias. Com isso, o período total de avaliação do negócio ficaria em até 330 dias, a contar do protocolo de petição ou de sua emenda, com chances do resultado sair somente no fim do ano. O receio é que a morosidade no processo prejudique o desempenho das companhias.
Embrapa publica documento visando a recuperação de pastagens
Motivada pela criação do Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas em Sistemas de Produção Agropecuários e Florestais Sustentáveis pelo governo federal, em dezembro de 2023, a Embrapa lançou um livro com 30 sugestões de políticas públicas para converter cerca de 28 milhões de ha com níveis intermediário e severo de degradação em áreas produtivas. A publicação, escrita por 13 pesquisadores, foi apresentada ao presidente Luís Inácio Lula da Silva, durante as comemorações do aniversário de 51 anos da Embrapa, em abril.
No documento, a empresa reforçou a necessidade de se conceituar degradação, aprimorar metodologias de avaliação (por meio de sensores e geotecnologias), criar um banco de dados sobre o problema para tomada de decisões, estabelecer métricas de sustentabilidade e priorizar propriedades em situação de vulnerabilidade socioeconômica. A empresa estima que, se os 28 milhões de ha de pastagens degradadas no País forem revertidos, seria possível aumentar em 35% a área plantada no País.
Dieta com “frutos nativos” reduz emissão de metano por bovinos
Estudos conduzido pela Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), em parceria com a Universidade Federal de São Carlos e o Centro de Energia Nuclear na Agricultura da Universidade de São Paulo (CENA/USP), apontaram que dietas à base de frutos das espécies nativas Amarelinho e Bordão de Velho podem reduzir as emissões de metano dos bovinos, garantir bom ganho de peso em novilhas e ainda fornecer sombra para os animais.
O projeto, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (Fapemat), é conduzido em três dimensões: avaliação da produção anual e características dos frutos das espécies escolhidas, análise da composição dos frutos e dos processos de fermentação in vitro, e avaliação do desempenho e comportamento animal de novilhas alimentadas com eles. Os resultados obtidos até agora são animadores. Segundo as entidades envolvidas, a pesquisa pode trazer avanço significativo para a pecuária sustentável do Estado, oferecendo diretrizes práticas para o uso de frutos de espécies nativas na alimentação animal.
JBS faz investimento milionário no MS
A JBS anunciou investimento de R$ 150 milhões em sua unidade Campo Grande II, em Mato Grosso do Sul, visando elevar a capacidade de processamento da planta de 2.200 para 4.400 animais. O anúncio teve enorme repercussão, pois a Campo Grande II se tornará a maior unidade de abate de bovinos da América Latina e uma das três maiores da JBS no mundo. O número de funcionários também será duplicado, de 2.300 para 4.600. A unidade em questão foi adquirida pela JBS em 2010 e produz 440 t de carne e 136 t de hambúrgueres diariamente. Além da China, os produtos são exportados para Estados Unidos, Argélia, Egito, Emirados Árabes Unidos, Argentina, UE e Chile, dentre outros.
App da Iagro torna-se obrigatório no transporte de animais
A partir deste mês de maio, o uso do aplicativo “Transportador Iagro” será obrigatório para o transporte de animais vivos. Os novos parâmetros da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro) passaram a valer após a publicação da Portaria Nº 3.730, em 19 de abril de 2024.
Para o Iagro, o documento sinaliza um avanço substancial, pois viabiliza o “Programa de Certificação Sanitária do Transporte de Cargas Vivas” – um marco decisivo para a modernização e aprimoramento do controle sanitário do Mato Grosso do Sul. O Estado é reconhecido como um território livre de febre aftosa sem a necessidade de vacinação pelo Mapa e tem trabalhado para implementar políticas rigorosas para preservar e ampliar esse reconhecimento.
Marca Agro do Brasil quer construir imagem do setor mais próxima à realidade
Foi lançado oficialmente, em São Paulo, neste mês de abril, o Projeto Marca Agro do Brasil. A campanha de comunicação tem como tema “Descubra o Agro e experimente um mundo de oportunidades” foi aprovada pela população urbana em diversos grupos e por pesquisa quantitativa com mais de 380 pessoas de diferentes Estados. Elas foram ouvidas para avaliar a linha criativa das peças que serão veiculadas em mídias de massa, como TV e rádio, e nos meios digitais.
“Identificamos que o tom deve ser amistoso e a linguagem acessível”, diz Ricardo Nicodemos, presidente da ABMRA, entidade mentora do projeto. A pesquisa apontou que 43% da população tem uma posição favorável ao setor; 33% mostram-se distantes e 24% indicaram neutralidade. A iniciativa é considerada o primeiro movimento no Brasil capaz de envolver os segmentos público e privado para posicionar corretamente o público e construir uma imagem do setor mais próxima da realidade.